O motorista de um ônibus da Viação Cometa foi indiciado pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) após investigações confirmarem que ele dormiu ao volante, causando um grave acidente no km 779 da BR-040, em Juiz de Fora, no dia 5 de setembro. O incidente resultou em quatro mortes e deixou 40 pessoas feridas.
As vítimas fatais, que incluem duas mulheres, uma adolescente e uma criança de 2 anos, eram todas passageiras do ônibus municipal de Juiz de Fora, que estava parado em um ponto de embarque quando foi atingido na traseira pelo ônibus interestadual.
* O delegado Daniel Buchmüller, responsável pelo caso, revelou que as câmeras internas do veículo da Viação Cometa foram fundamentais para esclarecer a dinâmica do acidente.
* As imagens mostram o motorista de 51 anos em estado de sonolência durante grande parte do trajeto, apresentando sinais claros de cansaço, como bocejos frequentes e olhos semicerrados.
* “É nítido que ele luta contra o sono, e que o acidente ocorreu em um lapso em que o investigado dorme ao volante”, afirmou o delegado.
* Imagens externas, obtidas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), confirmam que o veículo desviou para a direita, mantendo velocidade compatível com a via, até colidir com o ônibus municipal estacionado.
O condutor foi indiciado por quatro homicídios culposos e lesões corporais culposas, com agravante por ser motorista profissional. A investigação descartou responsabilidade da Viação Cometa, uma vez que o motorista havia acabado de retornar de férias e estava em sua primeira viagem após o período de descanso.
O delegado também solicitou a suspensão cautelar da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) do motorista, considerando seu histórico de infrações, que inclui sete registros de ocorrências no estado, sendo duas com resultado morte – em 2010 e 2021.
“A reincidência em condutas imprudentes ao volante demonstra a necessidade de impedir que o investigado volte a dirigir enquanto responde judicialmente”, destacou Buchmüller.
O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) para as devidas providências legais. A Viação Cometa, quando contatada, optou por não se manifestar sobre o caso. As vítimas que sofreram lesões corporais e ainda não formalizaram representação criminal podem procurar a Polícia Civil para dar continuidade aos procedimentos legais.