O cenário econômico brasileiro apresentou sinais positivos com a desaceleração da inflação em outubro. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) registrou alta de 0,18%, uma queda significativa em comparação aos 0,48% de setembro, levando o acumulado de 12 meses para menos de 5%.
Apesar dos números animadores, impulsionados principalmente pela redução das tarifas de energia e estabilidade de alguns itens, as autoridades monetárias mantêm postura cautelosa. Em Jacarta, o presidente do Banco Central do Brasil, Gabriel Galípolo, enfatizou que mesmo com a “inflação relativamente controlada”, sua permanência fora da meta exige a manutenção de juros “em nível elevado por um período prolongado”.
No cenário internacional, os Estados Unidos registraram alta de aproximadamente 3,0% no Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de setembro na base anual, com aumento de 0,3% na margem. Mesmo assim, o mercado mantém expectativas de novos cortes nas taxas pelo Federal Reserve (Fed) nas próximas reuniões.
O mercado de petróleo trouxe preocupações adicionais, com alta superior a 5% no preço do barril, resultado das sanções impostas pelos EUA e União Europeia à Rússia. Este movimento gerou pressões sobre os combustíveis e aumentou os riscos inflacionários, impactando positivamente o Ibovespa, que alcançou os 145 mil pontos.
No mercado cambial, o dólar apresentou ligeira queda, cotado a R$ 5,38, demonstrando certa estabilidade enquanto os investidores aguardam desenvolvimentos tanto na agenda econômica quanto na política externa. Um evento significativo neste contexto é o encontro previsto entre os presidentes Lula e Donald Trump durante os eventos da APEC na Ásia, onde discutirão as tarifas americanas sobre produtos brasileiros.
A videoconferência prévia entre os líderes, descrita por Trump como “very good”, estabeleceu bases para futuras negociações. O resultado deste encontro pode impactar diretamente variáveis macroeconômicas, incluindo exportações, câmbio e, consequentemente, a inflação doméstica.
O momento atual demonstra uma forte interconexão entre inflação, juros, câmbio e relações internacionais, exigindo constante monitoramento do mercado sobre cada movimento destes indicadores.