O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas francesas, General Fabien Mandon, fez um alerta contundente sobre a necessidade de preparação militar da França para um possível confronto com a Rússia nos próximos anos. Durante uma comissão parlamentar de Defesa nesta quarta-feira (22), Mandon enfatizou a importância do rearmamento nacional.
O general Mandon destacou que as Forças Armadas francesas precisam se preparar para um possível “choque dentro de três, quatro anos” com a Rússia, que segundo ele, “pode se sentir tentada a continuar a guerra” na Europa. Esta declaração vem para justificar o significativo investimento militar francês de 413 bilhões de euros previsto para o período até 2030.
Em sua análise estratégica, Mandon, que assumiu o comando das Forças Armadas francesas em 1º de setembro, apontou que a Rússia possui uma “percepção de uma Europa coletivamente fraca”. No entanto, enfatizou que Moscou “não pode nos assustar se tivermos o desejo de nos defender”.
A avaliação do comandante francês alinha-se com os serviços secretos alemães, que recentemente alertaram sobre a possibilidade de a Rússia estar preparada para um “conflito militar direto com a Otan” antes de 2029. Em resposta a estas ameaças, a França, única potência nuclear da União Europeia, planeja destinar 2,2% do PIB para gastos militares, conforme informado pela ministra da Defesa, Catherine Vautrin.
O presidente francês Emmanuel Macron já havia expressado preocupação em março de 2024, caracterizando o conflito na Ucrânia como uma ameaça “existencial” para a Europa e para a França. O conflito, iniciado com a invasão russa em 2022, continua sendo um ponto de tensão significativo nas relações internacionais.