A reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o líder norte-americano Donald Trump em Kuala Lumpur, Malásia, gerou reações positivas no cenário político brasileiro. O encontro, que aconteceu à margem da Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), teve como foco principal a discussão sobre as tarifas impostas pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros.
A ex-ministra da Agricultura e atual senadora Tereza Cristina (PP-MS) manifestou-se sobre o encontro através de sua conta no X (antigo Twitter). “Com a reunião Trump-Lula, o Brasil finalmente se aproximou dos EUA — movimento que deveria ter ocorrido desde janeiro. Na prática, a primeira rodada ainda não trouxe mudanças concretas: continuamos sob o exorbitante tarifaço de 50%. Vamos, do @SenadoFederal, acompanhar as negociações e buscar exceções para nossos produtos. O clima geral, inclusive no setor produtivo, é de otimismo, mas com cautela, sem euforia”, declarou a parlamentar.
O encontro entre os dois chefes de Estado teve origem em setembro, durante a Assembleia Geral da ONU em Nova York, onde trocaram cumprimentos breves. Na ocasião, Trump expressou ter sentido “uma química excelente” com o presidente brasileiro, demonstrando interesse em uma reunião mais abrangente.
A conversa, que durou aproximadamente 45 minutos, foi marcada por um tom amistoso, segundo fontes diplomáticas. Trump demonstrou-se receptivo e interessado em ouvir propostas, enquanto Lula manteve uma postura firme ao abordar as tarifas de 50% sobre as exportações brasileiras. As discussões também incluíram as sanções baseadas na Lei Magnitsky, que estabelece punições para casos de corrupção ou violação de direitos humanos.
Embora não tenham sido anunciadas medidas concretas, diplomatas brasileiros classificaram o diálogo como “um passo firme rumo ao fim das tarifas”. No entanto, avaliam que as negociações devem seguir um ritmo gradual, dependendo da disposição da administração norte-americana.
Durante o encontro, o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi mencionado brevemente, sem causar tensões. Trump expressou seu “respeito pessoal” pelo ex-presidente, enquanto Lula enfatizou a necessidade de “virar a página” e manter o diálogo institucional entre as duas nações.