Defesa de Bolsonaro apresenta recurso contra condenação no STF por trama golpista

Defesa de Bolsonaro apresenta recurso contra condenação no STF por trama golpista

Advogados citam voto de Fux contra condenação e questionam pena de 27 anos

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro deu entrada em um recurso junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) contestando sua condenação no processo que investiga a trama golpista. O recurso apresentado são os embargos de declaração, instrumento jurídico utilizado para buscar esclarecimentos sobre possíveis dúvidas, omissões ou contradições na sentença.

A apresentação do recurso ocorreu após a publicação do acórdão, documento que oficializa o resultado do julgamento com todos os votos dos ministros. Segundo fontes do tribunal, existe a possibilidade de que estes questionamentos sejam analisados ainda nesta semana.

Detalhes da condenação

* Bolsonaro foi condenado pela Primeira Turma do STF em 11 de setembro, recebendo uma pena de 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado
* Junto com o ex-presidente, outros sete réus também foram considerados culpados, com penas variando entre dois e 26 anos de prisão
* Os crimes atribuídos incluem liderança de organização criminosa armada, tentativa de abolição do estado democrático de direito, dano qualificado contra patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado

Fundamentação da condenação

* A maioria dos ministros concluiu que Bolsonaro liderou uma organização criminosa que tentou articular um golpe de Estado entre 2022 e 2023
* Um dos elementos centrais da condenação foi a apresentação de uma minuta aos comandantes das Forças Armadas que previa medidas para reverter o resultado da eleição presidencial de 2022
* Os eventos do 8 de janeiro foram considerados como uma última tentativa após o fracasso do plano inicial

A defesa de Bolsonaro mantém a posição de que o ex-presidente não realizou nenhuma ação concreta contra o resultado eleitoral, argumentando que apenas discutiu mecanismos constitucionais com os comandantes militares. Também sustentam que ele não pode ser responsabilizado pelos acontecimentos do 8 de janeiro, pois não estava no Brasil na ocasião.

O processo ainda pode receber outros recursos, incluindo um segundo embargo de declaração e, potencialmente, embargos infringentes para decisões não unânimes. De acordo com o entendimento do STF, os embargos infringentes só são aplicáveis quando há pelo menos dois votos pela absolvição em decisões da turma. O cumprimento da pena só terá início após o esgotamento destes recursos.

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