O índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), medido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), registrou queda de 1,1% em outubro em comparação com setembro, desconsiderando influências sazonais. O indicador atingiu 95,7 pontos, permanecendo na zona de insatisfação, abaixo dos 100 pontos, e marcando o menor nível desde maio de 2021.
A quarta redução consecutiva do índice reflete um cenário de cautela entre os comerciantes brasileiros, com uma diminuição de 10,9% em comparação com outubro do ano anterior. Segundo José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, “Os dados confirmam a percepção de cautela sobre os negócios, pressionados pela taxa de juros elevada, incerteza econômica e deterioração das expectativas para os próximos seis meses”.
* O componente de avaliação das condições atuais apresentou queda de 5,4%, com reduções significativas nos itens economia (-9,1%), empresa (-2,7%) e setor (-6,3%)
* As expectativas mostraram leve recuperação com alta de 0,8%, impulsionada por aumentos nos quesitos economia (+1,5%) e setor (+1,7%), embora tenha havido queda no item empresa (-0,4%)
* As intenções de investimentos recuaram 0,4%, com diminuição nos investimentos empresariais (-1,2%) e contratação de funcionários (-0,4%), compensada parcialmente pela alta em estoques (+0,4%)
A CNC destacou que 77,4% dos varejistas observaram piora na situação atual da economia, enquanto 56,4% mantêm expectativas positivas para o futuro. Entre julho e outubro, o Icec acumulou uma perda expressiva de 10,3%.
No segmento varejista, o comércio de bens não duráveis registrou queda de 0,3% na confiança em outubro. O índice para bens de consumo duráveis apresentou a maior redução, com -3,2%, enquanto o setor de bens semiduráveis recuou 1,1%.
A entidade alerta que, apesar da sazonalidade positiva do quarto trimestre, com eventos como Black Friday e Natal, o cenário permanece desafiador para o varejo. A reversão desse quadro dependerá de fatores como redução da taxa Selic, estabilidade no mercado de trabalho e diminuição das incertezas políticas e econômicas.