Claudia Matarazzo: ‘Encare e valorize o Silêncio’

Claudia Matarazzo: ‘Encare e valorize o Silêncio’

O silêncio não é um vazio a ser preenchido, mas uma ferramenta para conversas mais autênticas e reflexivas

Vivemos a era do excesso de comunicação, mensagens, grupos e poluição  sonora mesmo. Talvez por isso, a maior parte das pessoas acha o silêncio desconfortável. Para muitos, é até considerado sinal de falta de assunto, especialmente em situações sociais ou profissionais onde se espera uma comunicação contínua e fluida.

Mas as pausas nas conversas são importantes  e saber lidar com elas é uma habilidade que pode tornar as interações mais autênticas, além de evitar constrangimento e manter o equilíbrio nas conversas. Aliás, quem disse que é  você  a pessoa escolhida para falar sem parar e entreter a todos?

Muita calma: momentos de pausa podem ocorrer por vários motivos: alguém pode estar refletindo sobre o que foi dito, pensando na próxima resposta, ou simplesmente desfrutando tranquilamente  de uma boa companhia. 

Aceite o silêncio como parte natural da conversa – a necessidade de preencher cada segundo de uma interação com palavras quase sempre  pode gerar falas apressadas ou desnecessárias. Ao permitir o silêncio, todas as partes podem refletir  sobre o que foi discutido e elaborar melhor as respostas. Ao aceitar o silêncio, você demonstra paciência e maturidade.

Silêncio como uma ferramenta de reflexão – quando uma pausa ocorre, aproveite o momento para entender entender melhor o ponto de vista do outro e processar informações. Em vez de perceber a pausa como uma lacuna a ser preenchida, encare como um espaço para pensar, organizar ideias e construir uma resposta mais rica e significativa.

O corpo fala – o silêncio pode ser acompanhado por expressões faciais e gestos que comunicam muito mais do que as palavras. Preste atenção à linguagem corporal do seu interlocutor durante uma pausa.  Um sorriso, um olhar de entendimento ou um gesto de empatia podem ajudar a quebrar o gelo e restabelecer o diálogo de forma natural.

Seja assertivo ao retomar a conversa – depois de  uma pausa muito prolongada, retome o diálogo de maneira natural, com perguntas abertas ou comentários que estimulem a continuação da conversa.  “O que você acha disso?” ou “O que poderíamos concluir sobre esse assunto?” são formas gentis de incentivar o interlocutor a falar, sem pressioná-lo.

Evite falar apenas para preencher a pausa – um erro comum  é falar qualquer coisa só para preencher o vazio. Isso pode levar a conversas superficiais ou a comentários irrelevantes, que não acrescentam nada. Permita que o silêncio seja produtivo, e só fale quando tiver algo significativo a contribuir. A qualidade da conversa é mais importante do que a quantidade de palavras ditas.

Em vez de temer as pausas, devemos aprender a acolhê-las como parte natural da comunicação. Saber lidar com os silêncios demonstra maturidade, empatia e respeito pelo ritmo do outro, promovendo interações mais equilibradas e agradáveis. Repito: ninguém  é responsável  por sustentar uma conversa sozinho. Isso é  papel de palestrante. Em uma reunião social ou profissional, ouvir é essencial – até para poder devolver ao grupo algo de valor, que agregue. Acredite: ao falar pouco suas falas serão mais notadas e valorizadas. E, mais importante: comece a reparar o quanto uma pausa pode sim ser um momento de repouso e leveza.

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Claudia Matarazzo
Claudia Matarazzo
Claudia Matarazzo é jornalista, especialista em etiqueta e comportamento, autora de 22 livros e vencedora do Prêmio Abril de Jornalismo. Foi chefe do Cerimonial do Governo de SP por 7 anos, é consultora da Rede Globo e palestrante, com mais de 1 milhão de livros vendidos sobre moda, comportamento e inclusão.

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Claudia Matarazzo
Claudia Matarazzo
Claudia Matarazzo é jornalista, especialista em etiqueta e comportamento, autora de 22 livros e vencedora do Prêmio Abril de Jornalismo. Foi chefe do Cerimonial do Governo de SP por 7 anos, é consultora da Rede Globo e palestrante, com mais de 1 milhão de livros vendidos sobre moda, comportamento e inclusão.
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