O Brasil alcançou um marco significativo nas exportações de carne bovina em outubro de 2025, registrando 15,36 mil toneladas nos primeiros 18 dias úteis do mês. Este volume representa um crescimento de 2,3% em comparação ao mesmo período do ano anterior e já atinge 95,7% de todo o volume exportado em 2024, sinalizando um provável novo recorde anual.
Segundo o consultor de mercado Hyberville Neto, da HN Agro, o desempenho positivo é sustentado por três fatores principais: competitividade de preço, oferta estável e câmbio favorável. Mesmo com ajustes pontuais na demanda internacional, a base exportadora brasileira mantém-se sólida.
* O México emergiu como segundo maior importador da carne bovina brasileira em setembro, ultrapassando Hong Kong e outros compradores tradicionais
* A China, embora apresente uma ligeira redução nas compras, mantém volumes superiores aos de 2024, indicando uma possível suavização na queda sazonal típica do último bimestre
* Os Estados Unidos aumentaram suas compras em outubro, sinalizando perspectivas positivas após encontro entre os presidentes Lula e Trump em Washington
A desaceleração nas compras chinesas é considerada um movimento sazonal esperado, com dados históricos mostrando quedas de 26,9%, 5,8% e 21,8% entre outubro e novembro nos últimos três anos. No entanto, o cenário de 2025 apresenta-se mais equilibrado, com a China mantendo volumes superiores aos do ano anterior.
O fortalecimento de novos mercados tem sido fundamental para reduzir a dependência do mercado chinês. A ampliação da presença brasileira no mercado mexicano coincide com um momento de maior integração comercial na América Latina, beneficiando produtores e frigoríficos com novas oportunidades.
O setor também observa com otimismo as negociações com os Estados Unidos, que atualmente impõem tarifas de 50% sobre a carne bovina brasileira. Um possível acordo tarifário poderia impulsionar significativamente as exportações e equilibrar a participação asiática nas vendas externas.