O Bradesco divulgou suas projeções para o setor agropecuário em 2026, prevendo uma renda de R$ 1,56 trilhão, com crescimento mais moderado de 3,5% em comparação com 2025. No entanto, o banco alerta para riscos significativos que podem impactar o setor.
O economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato, durante o 25º Seminário de Planejamento Estratégico Empresarial da Abimaq, destacou dois principais fatores de risco para o agronegócio brasileiro:
* Um possível acordo comercial entre Estados Unidos e China pode alterar significativamente o fluxo de exportações brasileiras. Honorato afirmou: “O maior risco para esse desempenho é se a China fechar um acordo comercial com os Estados Unidos para comprar soja e óleo e deixar de comprar do Brasil. Mas minha percepção é de que a China não quer voltar a ser dependente dos EUA”.
* O fenômeno climático La Niña representa uma ameaça adicional, podendo afetar as colheitas e a produtividade em diversas regiões do país.
O Bradesco apresentou as seguintes projeções para 2026:
* PIB brasileiro: crescimento de 1,4%
* Inflação: 3,8%
* Taxa Selic: 11,75%
* Dólar: média entre R$ 5,15 e R$ 5,25
* Dívida bruta: 85,3% do PIB
Honorato também destacou que a economia chinesa está desacelerando, mas pode adotar políticas de estímulo ao consumo que beneficiariam o agronegócio brasileiro. Em relação ao impacto das tarifas americanas, o economista avaliou que o efeito sobre o Brasil seria mais setorial do que macroeconômico, afetando cerca de 0,1% a 0,2% do PIB.
“Deixar o controle da inflação nas costas do Banco Central apenas vai custar muito caro para o Brasil”, alertou o economista, enfatizando a necessidade de medidas de ajuste fiscal pelo próximo governo.
Apesar dos desafios previstos, o setor agropecuário continua sendo um dos principais pilares da economia brasileira, mantendo sua importância na geração de renda, empregos e exportações.