A Bahia enfrenta uma grave crise na segurança pública com números alarmantes de mortes em operações policiais. De janeiro a setembro de 2025, foram registradas 1.252 vítimas da violência policial no estado, uma média de cinco mortes por dia, segundo dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp).
O cenário é ainda mais preocupante quando comparado ao contexto nacional: das 4.504 mortes por intervenção policial registradas em todo o Brasil no mesmo período, um quarto ocorreu na Bahia. A situação ultrapassa fronteiras em sua gravidade, superando inclusive o número de mortes por ações policiais nos Estados Unidos em 2022, que registrou 1.201 casos segundo o Mapping Police Violence.
* A Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) apresentou um novo plano que visa reduzir as mortes em ações policiais em 10% por semestre até 2027
* O programa reconhece pela primeira vez a existência de uma “cultura do confronto” enraizada na corporação
* Das mais de 1.300 câmeras corporais adquiridas, apenas 7,5% estão em uso efetivo, conforme dados do Ministério Público da Bahia
* As investigações sobre mortes por ação policial apresentam baixa resolução, com apenas 23,4% dos inquéritos concluídos em 2024
O histórico de programas anteriores, como o Pacto pela Vida e o Bahia pela Paz, implementados durante as últimas duas décadas de gestão petista, demonstrou resultados modestos na contenção da violência e transformação da realidade do estado.
O governo de Jerônimo Rodrigues propõe modernizar a formação policial, investir em mediação e revisar protocolos. No entanto, a efetividade dessas medidas depende diretamente de maior transparência e vontade política na implementação das ações propostas.