O prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União Brasil), manifestou-se neste sábado (4) sobre a rejeição do “PL da Tarifa Zero” pela Câmara Municipal. O chefe do Executivo utilizou suas redes sociais para agradecer aos vereadores, afirmando que eles priorizaram os interesses da cidade acima de questões eleitorais.
“Os vereadores não derrotaram a “tarifa zero” como querem fazer crer os que iludem o povo mais simples com propostas irreais apenas com intuitos eleitoreiros”, declarou Damião em suas redes sociais. O prefeito enfatizou que a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) já subsidia aproximadamente R$ 800 milhões do orçamento deste ano para o transporte público, acrescentando que “do contrário a tarifa já estaria custando quase o dobro do valor atual”.
O projeto de lei, que propunha gratuidade total nos ônibus da capital, independente de linha, horário ou condição do usuário, foi rejeitado em primeiro turno com 30 votos contrários e apenas 10 favoráveis. Para avançar ao segundo turno, seriam necessários 28 votos a favor.
Após a votação, a PBH oficializou a exoneração de servidores vinculados aos vereadores que apoiaram o projeto, incluindo pessoas ligadas a Helton Júnior (PSD), Edmar Branco (PCdoB), Wagner Ferreira (PV) e parlamentares do PT.
A autora do projeto, vereadora Iza Lourença (Psol), criticou o resultado, classificando-o como um “desrespeito” à população. “Senhores vereadores, tenho a certeza que esse dia jamais será esquecido. Essa derrota é muito feia para a nossa cidade, mas a luta continua”, afirmou a parlamentar.
O vereador Uner Augusto (PL), presidente da Comissão de Legislação e Justiça (CLJ), justificou seu voto contrário apontando “inviabilidades” na construção do texto e questionando a constitucionalidade da fonte de custeio. Ele também destacou que em outras cidades onde a tarifa zero foi implementada, a iniciativa partiu do próprio Executivo.
A sessão foi marcada por protestos, com manifestantes lotando a Câmara Municipal e entoando palavras de ordem: “não vamos esquecer, quem votar contra não vai se reeleger”. A vereadora Iza Lourença ainda convocou nova manifestação para domingo (5), criticando a postura da prefeitura e afirmando que a mobilidade urbana na capital está em “colapso”.