No segundo dia de julgamento no Supremo Tribunal Federal, a defesa de Bolsonaro apresentou argumentos contestando a delação de Mauro Cid e criticando as provas incluídas no processo relacionado aos eventos que antecederam o 8 de janeiro.
O advogado Tarcísio Vilardi, representando Bolsonaro, concentrou sua argumentação em questionar a ausência de provas que ligassem o ex-presidente aos documentos de teor golpista conhecidos como “Punhal Verde e Amarelo” e “Operação Luneta”, além dos atos do 8 de janeiro.
* A defesa alegou que “não houve paridade de armas” no processo, argumentando não ter tido acesso às provas durante a instrução processual, diferentemente do Ministério Público e da Polícia Federal.
* Questionou-se a voluntariedade da delação de Mauro Cid, citando um perfil do Instagram atribuído ao tenente-coronel que teria exposto detalhes sigilosos do acordo.
* O advogado enfatizou a ausência de “violência ou grave ameaça” nos atos atribuídos a Bolsonaro, elementos necessários para configurar os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.
* A defesa contestou a acusação sobre a minuta golpista, argumentando que as alterações atribuídas a Bolsonaro baseiam-se apenas na palavra do “delator” Mauro Cid.
Sobre os planos golpistas mencionados na denúncia, a defesa insistiu que Bolsonaro “não tem absolutamente nada a ver com punhal verde e amarelo, copa 22 e 8 de janeiro”. O advogado também utilizou um relatório da PF de novembro de 2024 para questionar a credibilidade da delação de Cid, apontando “inúmeras omissões e contradições”.
Em relação às reuniões com comandantes das Forças Armadas, a defesa argumentou que as discussões se limitaram a instrumentos constitucionais, como estado de defesa ou de sítio, sem resultar em ações concretas ou assinaturas de decretos.
A defesa também contestou a forma como a minuta golpista foi encontrada na sede do PL, argumentando que o documento havia sido enviado por um dos advogados de Bolsonaro, Paulo Cunha Bueno, para análise.