O presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, anunciou que seu partido pretende paralisar as atividades do Congresso Nacional caso a anistia aos acusados de tentativa de golpe de Estado não seja colocada em votação. A declaração foi feita durante entrevista à Rádio Eldorado nesta terça-feira, 9, onde afirmou ter maioria para aprovar a proposta.
“Se não votarem a anistia, nós vamos parar o Congresso. Hoje temos maioria para isso. Não queríamos dar prejuízo ao País, evidentemente que não, mas nós vamos ter que parar, porque nós não temos outra arma, e nós temos que fazer alguma coisa”, declarou Valdemar Costa Neto.
O presidente do PL manteve posição firme quanto à amplitude da anistia, rejeitando qualquer possibilidade de negociação, mesmo diante da oposição do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que não aceita uma anistia “ampla, geral e irrestrita”.
Durante a entrevista, Valdemar Costa Neto evitou comentar sobre a declaração do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) que chamou o ministro Alexandre de Moraes de “tirano”, limitando-se a dizer que foi uma reação “natural” e que seu advogado o orientou a não atacar ministros do Supremo.
Em relação à manifestação do dia 7 de Setembro na Avenida Paulista, o dirigente do PL defendeu a presença da bandeira dos Estados Unidos, contrariando críticas do pastor Silas Malafaia. “Adorei quando vi a bandeira americana na rua. Por quê? (…) Isso vai chegar para o Trump, para ele ver que o povo brasileiro não é contra os americanos, que nós os queremos do nosso lado, e precisamos dele hoje, porque não temos a quem recorrer”, explicou.
Sobre questões internas do partido, Valdemar Costa Neto descartou a expulsão do senador Romário, que foi hostilizado na manifestação por não apoiar o impeachment de Alexandre de Moraes. Justificou que o PL perderia força sem ele, já que possui 15 senadores e muitas votações dependem da maior bancada.
Ao abordar as eleições para o Senado em São Paulo, mencionou possíveis candidatos como o vice-prefeito Ricardo Mello Araújo, o pastor Marco Feliciano e o deputado Cezinha de Madureira, diante da possibilidade de Eduardo Bolsonaro não retornar ao país.