O ex-ministro José Dirceu fez declarações contundentes sobre o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em entrevista ao UOL, publicada nesta sexta-feira. Dirceu afirmou que o atual governador de São Paulo não tem expressão política própria sem o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e classificou a movimentação em torno da proposta de anistia como um “jogo de cena”.
“Ele é governador de São Paulo. O povo paulista o elegeu. Eu respeito por isso. Mas ele não existe. Quem é o Tarcísio? Ele foi colocado para ser o candidato e o eleitorado conservador votou nele”, declarou o ex-ministro, acrescentando que “a direita brasileira hoje não tem um líder orgânico, não tem um líder empresarial político, não tem uma coalizão política empresarial que governa o país. O Tarcísio é uma ficção”.
Sobre a recente articulação da proposta de anistia conduzida pelo governador de São Paulo, Dirceu interpretou a movimentação como uma estratégia política que beneficiaria uma possível candidatura de Tarcísio à presidência em 2024. “Acho que há um pouco de jogo de cena, há uma névoa, porque eles querem Tarcísio como candidato. O mercado quer, e o União Brasil e o PP querem, o próprio PL, pelo menos uma parte”, afirmou.
Durante a entrevista, Dirceu também abordou a situação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), defendendo que ele deveria perder não apenas o mandato, mas também a nacionalidade brasileira por supostamente atuar em favor de interesses estrangeiros, especialmente relacionados ao governo Trump. “Ele não tem apenas que perder o mandato, tem que perder a nacionalidade, porque ele está a serviço de um governo estrangeiro, é só ele e a nossa Constituição, isso é proibido”, argumentou.
O ex-ministro destacou ainda que não está convencido sobre o real interesse da direita em tornar Bolsonaro elegível novamente, sugerindo que a proposta de anistia pode ser parte de uma estratégia política mais ampla.