O deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), relator do projeto de lei que concede anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro, anunciou que buscará um texto consensual entre governo e oposição, rejeitando a possibilidade de um perdão total para os crimes relacionados aos ataques às sedes dos Poderes.
Em reunião realizada na Residência Oficial da Presidência da Câmara, Paulinho da Força deixou claro que não pretende atender ao pedido da oposição por uma anistia ampla, que poderia beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado.
“Eu não sei se o meu texto vai agradar a todos, ou vai agradar, ou vai salvar o Bolsonaro, digamos assim. É isso que nós vamos tentar construir. Conversando com todos e tentando ver a possibilidade de ter uma maioria. A princípio, nós vamos ter que fazer uma coisa meio pelo meio e pensar se isso agrada a todos ou não”, declarou o deputado aos jornalistas.
O projeto ganhou urgência após aprovação na Câmara na noite de quarta-feira (17), permitindo que seja votado diretamente no plenário, sem passar pelas comissões. Paulinho da Força, conhecido por sua boa interlocução tanto com o STF quanto com diferentes setores políticos, planeja dialogar com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), visando apresentar um texto único que tenha consenso em ambas as casas legislativas.
O relator prevê apresentar a proposta já na próxima semana, buscando uma solução intermediária que possa contemplar diferentes posições políticas, sem, contudo, conceder um perdão amplo e irrestrito.