O conselho de administração da Petrobras aprovou em agosto o retorno da estatal ao mercado de distribuição de gás liquefeito de petróleo (GLP), conhecido popularmente como gás de cozinha. A decisão faz parte do plano estratégico da empresa, que visa integrar essa operação com outros negócios no Brasil e no exterior, além de buscar soluções de baixo carbono.
Atualmente, a Petrobras atua apenas na produção do GLP, com a revenda sendo realizada por distribuidoras privadas. A empresa havia se retirado desse mercado durante o governo anterior, quando vendeu a operação da Liquigás por aproximadamente R$ 4 bilhões para um consórcio formado por Copagaz, Itaúsa e Nacional Gás.
* A Petrobras ainda não definiu se realizará venda direta ao consumidor, incluindo entrega de botijões, ou se atuará apenas como distribuidora
* Segundo comunicado oficial, a empresa busca “atuar em negócios rentáveis e em parcerias nas atividades de distribuição, respeitando as disposições contratuais vigentes”
* A decisão coincide com manifestações do governo federal sobre insatisfação com o valor do botijão no país
* O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a diferença entre o preço de custo e o valor final ao consumidor
* O preço médio atual do botijão de 13 kg no Brasil é de R$ 107,49
* Especialistas divergem sobre o possível impacto nos preços: alguns preveem redução, outros apontam desafios de rentabilidade
* O Citi estima que o retorno ao mercado pode demandar investimentos de aproximadamente R$ 38 bilhões
* Quatro empresas concentram 88,3% do mercado de distribuição de GLP no Brasil
O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás) não considera a entrada da Petrobras uma ameaça significativa à concorrência. Segundo Sérgio Bandeira de Mello, presidente do sindicato, “Qualquer novo entrante que se submeta às mesmas regras do mercado é bem-vindo”.