Paraíba aprova “Lei Felca” contra exposição sexualizada de menores

Paraíba aprova “Lei Felca” contra exposição sexualizada de menores

Nova legislação, inspirada em denúncias do youtuber Felca sobre exposição sexualizada de menores, proíbe comportamentos adultos forçados em crianças

A Paraíba acaba de sancionar a “Lei Felca”, uma legislação pioneira que visa combater a adultização de crianças no estado. A lei, que recebeu este nome em homenagem ao youtuber Felipe Bressanim Pereira (Felca), foi oficialmente publicada no Diário Oficial do Estado após assinatura do governador João Azevêdo (PSB).

A nova legislação surgiu após Felca publicar um vídeo denunciando casos de exposição sexualizada de menores nas redes sociais, incluindo casos envolvendo o influenciador paraibano Hytalo Santos.

Principais pontos da Lei nº 13.861:

* Define adultização como qualquer estímulo que induza crianças até 12 anos a adotarem comportamentos, linguagens e aparências típicas de adultos

* Proíbe o uso de roupas, acessórios e maquiagens com conotação sexual em crianças

* Veta a participação infantil em conteúdos midiáticos, eventos ou publicidade com caráter erótico ou violento

* Impede a exposição a músicas, coreografias e linguagens inadequadas para a faixa etária

* Proíbe o incentivo a padrões de consumo ou estéticos típicos de adultos

* Veta o estímulo a relações afetivo-sexuais incompatíveis com o desenvolvimento infantil

A lei estabelece que o Estado deve implementar políticas públicas e campanhas permanentes contra a adultização, além de fiscalizar eventos e conteúdos direcionados ao público infantil. Também determina a disponibilização de canais de denúncia acessíveis à população.

O texto aprovado proíbe expressamente que campanhas publicitárias, programas de TV, conteúdos digitais ou produções culturais explorem a imagem de crianças em situações que caracterizem adultização. O artigo que previa a regulamentação obrigatória pelo Poder Executivo foi vetado pelo governador.

Durante as discussões que levaram à aprovação da lei, não foram abordadas questões sobre a exploração sexual de adolescentes entre 13 e 17 anos. O deputado Sargento Neto, um dos autores do projeto, indicou a possibilidade de uma futura emenda para incluir esta faixa etária, embora tenha ressaltado que “o intuito é proteger a primeira infância, que é o público mais atingindo quando tratamos de adultização”.

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