MP pede à Justiça desmembramento do processo sobre assassinato do gari Laudemir

MP pede à Justiça desmembramento do processo sobre assassinato do gari Laudemir

MP pede separação do caso do gari morto em BH e sugere acordo para esposa do assassino confesso, que pode pegar até 34 anos de prisão

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) solicitou à Justiça o desmembramento do processo referente ao assassinato do gari Laudemir de Souza Fernandes, 44 anos, ocorrido em 11 de agosto em Belo Horizonte. A decisão pode resultar na qualificação de Renê Nogueira da Silva Júnior como réu por homicídio triplamente qualificado.

O empresário poderá responder por quatro crimes distintos, com pena máxima prevista de 34 anos e seis meses. O MPMG propõe que o caso seja separado do processo envolvendo a esposa do acusado, a delegada Ana Paula Lamego Balbino.

Cronologia do Crime

* A tragédia ocorreu quando a equipe de coleta de lixo trabalhava na Rua Modestina de Souza, no Bairro Vista Alegre. A motorista do caminhão, Eledias Aparecida Rodrigues, realizava uma manobra para liberar a passagem de veículos.

* O empresário Renê da Silva, irritado com a situação, ameaçou atirar na motorista. Quando o gari Tiago Rodrigues tentou intervir, Renê seguiu com seu carro, parou metros à frente e saiu armado.

* Após recolher o carregador que havia caído, Renê efetuou um disparo que atingiu Laudemir no abdômen. A vítima foi levada ao Hospital Santa Rita, mas não resistiu à hemorragia interna.

Desdobramentos do Caso

Segundo o promotor de Justiça, Claudio Barros, o processo pode ser concluído em menos de um ano. Durante este período, o assassino confesso permanecerá detido. Em relação à delegada Ana Paula, o MP sugere um acordo de não persecução penal, já que as penas máximas dos crimes a ela atribuídos são inferiores a quatro anos.

“Com o desmembramento do caso, haverá cisão do processo. Se a delegada aceitar o acordo de não persecução e descumprir, poderá ser objeto de ação penal, processo criminal, com consequências, caso haja provas”, explicou Barros em coletiva de imprensa.

A Polícia Civil indiciou a esposa de Renê por prevaricação e porte ilegal de arma de fogo, pois teria permitido que o marido usasse sua arma profissional. Ana Paula está afastada por motivos de saúde desde 13 de agosto.

Renê está custodiado no Presídio de Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, desde sua prisão em flagrante. Inicialmente, negou envolvimento no crime, mas confessou após confrontado com evidências, incluindo imagens de câmeras de segurança e exames de microbalística que confirmaram que o projétil fatal saiu da arma da delegada.

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