O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, manifestou-se de forma contundente contra as restrições de vistos impostas pelos Estados Unidos a autoridades brasileiras. A situação ganhou destaque após o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, enfrentar severas limitações em seu visto americano.
O caso mais emblemático envolve Padilha, que recebeu um visto com restrições que limitariam sua circulação a apenas cinco quarteirões do hotel em Nova York, impossibilitando sua participação na conferência da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) em Washington.
* Mauro Vieira classificou as restrições como “absurdas e injustas” durante reunião com a representante da União Europeia para Negócios Estrangeiros, Kaja Kallas.
* O ministro buscou apoio internacional, solicitando a interferência do secretário-geral da ONU, António Guterres, e da presidente da Assembleia Geral da ONU, Annalena Baerbock.
* A situação tem gerado tensão diplomática, especialmente considerando a proximidade da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Nova York.
As sanções americanas têm afetado diversos funcionários brasileiros, incluindo familiares. A esposa e filha de Padilha foram impedidas de entrar em território americano. Outros servidores federais também tiveram seus vistos suspensos, principalmente devido à participação no programa Mais Médicos, que os EUA consideram como forma de exploração de profissionais cubanos.
O governo americano vinculou as restrições ao tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Donald Trump chegou a condicionar negociações comerciais ao arquivamento do processo contra o ex-presidente brasileiro.
Recentemente, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, conseguiu a liberação de seu visto, que havia sido suspenso pelo Departamento de Estado americano algumas semanas antes.