O presidente Luiz Inácio Lula da Silva transformou o desfile do Dia da Independência em uma vitrine para as realizações do governo federal. Chegando às 9h21 em um Rolls-Royce presidencial, acompanhado da primeira-dama Janja, o presidente assistiu a uma cerimônia que mesclou tradição com forte apelo propagandístico dos programas governamentais.
O evento na Esplanada dos Ministérios foi marcado por demonstrações explícitas de divulgação das iniciativas federais, com destaque para:
* A apresentação do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), anunciado como “o maior da história”
* Alas dedicadas à COP (Conferência do Clima) e ao Sistema Único de Saúde (SUS)
* Uma demonstração de nacionalismo com uma bandeira de 140 m² do Brasil, seguida por outra com a inscrição “Brasil soberano”
* Distribuição de bonés com mensagens de soberania nacional para o público presente
O clima político foi intensificado nas arquibancadas, onde apoiadores entoaram gritos de “sem anistia”, “Brasil soberano” e “Lula guerreiro do povo brasileiro”. O ministro Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência, circulou pela área fazendo o tradicional gesto de “L” com a mão.
O palanque oficial contou com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin, do presidente da Câmara, Hugo Motta, e de diversos ministros, incluindo André Fufuca (Esportes) e Celso Sabino (Turismo), ambos sob pressão de seus partidos para deixarem os cargos. Notadamente ausentes estavam os ministros do STF e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre.
Paralelamente ao desfile oficial, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro realizaram uma manifestação próxima à Torre de TV. Os manifestantes defenderam a anistia para os réus da tentativa de golpe e pediram o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
O evento ocorreu em meio ao julgamento dos acusados de tentativa de golpe de Estado, incluindo o ex-presidente Bolsonaro, que se encontra em prisão domiciliar em Brasília. A sentença está prevista para ser anunciada pela Primeira Turma do STF na sexta-feira, 12.