O presidente Lula realizou um importante discurso na ONU, destacando a urgência das questões climáticas e defendendo uma reforma abrangente no sistema internacional. Em sua fala, enfatizou que 2024 foi registrado como o ano mais quente da história e que a próxima Conferência do Clima (COP30), que acontecerá em Belém do Pará, será um momento decisivo para comprovar o real compromisso dos líderes mundiais com o planeta.
A COP30, que será realizada na Amazônia, foi destacada como um momento crucial para a verificação dos compromissos climáticos globais, sendo denominada por Lula como “a COP da verdade”.
Durante seu pronunciamento, Lula abordou diversos pontos críticos sobre a situação climática global e as desigualdades entre nações:
* Criticou fortemente a disparidade entre países ricos e em desenvolvimento no combate à crise ambiental, afirmando que “as nações em desenvolvimento enfrentam a mudança do clima ao mesmo tempo em que lutam contra outros desafios. Enquanto isso, países ricos usufruem de padrão de vida obtido às custas de duzentos anos de emissões”.
* Alertou sobre os riscos da corrida global por minerais críticos necessários para a transição energética, enfatizando que não se pode repetir a “lógica predatória que marcou os últimos séculos”.
* Anunciou a criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, uma iniciativa para remunerar países que preservam suas florestas, declarando que “fomentar o desenvolvimento sustentável é o objetivo”.
O presidente destacou que o Brasil conseguiu reduzir pela metade o desmatamento nos últimos dois anos, mas ressaltou que a erradicação completa da devastação só será possível com a melhoria das condições de vida dos habitantes da região amazônica.
Lula propôs mudanças significativas no sistema internacional, incluindo a criação de um Conselho Climático vinculado à Assembleia Geral da ONU, com poderes para monitorar compromissos e garantir coerência nas ações. Reiterou também a necessidade de reformas no Conselho de Segurança da ONU, defendendo a ampliação do número de membros permanentes e rotativos.
Em relação ao comércio internacional, o presidente brasileiro criticou o atual cenário, declarando que “poucas áreas retrocederam tanto como o comércio internacional”. Defendeu uma reformulação da Organização Mundial do Comércio, argumentando que medidas unilaterais têm desorganizado as cadeias de valor e contribuído para o aumento de preços e estagnação econômica.