O Banco Central (BC) divulgou nesta quarta-feira (25) suas projeções para o IPCA, principal índice de inflação do país, através do Relatório de Política Monetária (RPM) do terceiro trimestre. Segundo o documento, o indicador deve permanecer acima do centro da meta de inflação, estabelecida em 3%, até pelo menos o primeiro trimestre de 2028.
De acordo com o cenário de referência apresentado pelo BC, a trajetória do IPCA mostra uma tendência de queda gradual, porém mantendo-se consistentemente acima da meta estabelecida. As projeções indicam:
* No cenário atual, o índice em 12 meses deve passar de 5,4% no segundo trimestre de 2025 para 5,3% no terceiro trimestre
* Para 2025, a expectativa é que o IPCA feche em 4,8%
* Em 2026, projeta-se uma variação de 4,0% no primeiro trimestre, subindo para 4,1% no segundo, retornando a 4,0% no terceiro e encerrando o ano em 3,6%
* Para 2027, horizonte relevante da política monetária, espera-se 3,4% no primeiro e segundo trimestres, com redução para 3,3% no terceiro e 3,2% no final do ano
* A última projeção disponível, para o primeiro trimestre de 2028, indica 3,1%, ainda 0,1 ponto percentual acima do centro da meta
Em relação às categorias específicas, o BC projeta que a inflação de preços livres acumulada em 12 meses alcançará 5,0% no fim de 2025, reduzindo para 3,5% no fim de 2026, 3,3% no primeiro trimestre de 2027 e 3,0% no primeiro trimestre de 2028. Quanto aos preços administrados, a projeção é de 4,3% este ano, 3,8% no próximo e mesmo percentual no primeiro trimestre de 2027, fechando em 3,4% no fim do horizonte de projeções.
“Na comparação com o relatório anterior, as projeções de inflação tiveram leve queda para 2025 e estabilidade para o horizonte relevante da política monetária”, afirma o BC no RPM. A autarquia destaca como fatores de pressão inflacionária o dinamismo no mercado de trabalho e o aumento da projeção de energia elétrica residencial, enquanto a redução das expectativas de inflação e a apreciação do real atuaram como elementos baixistas.