O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concedeu aprovação para a última fase do licenciamento ambiental que permite à Petrobras iniciar a exploração de petróleo na região da Foz do Amazonas. A decisão, anunciada em 24 de setembro de 2025, representa um marco histórico para o setor energético brasileiro.
A aprovação final veio após a conclusão bem-sucedida da Avaliação Pré-Operacional (APO), que consistiu em um simulado técnico para testar os planos de emergência e proteção à fauna em caso de acidentes durante a perfuração em águas profundas. “Considera-se a Avaliação Pré-Operacional do Bloco FZA-M-59 aprovada”, confirmou o parecer oficial do Ibama.
* A Petrobras precisou cumprir diversas etapas rigorosas, incluindo Estudo de Impacto Ambiental (EIA), Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) e audiências públicas
* O bloco FZA-M-59, localizado a 175 km da costa do Amapá, será explorado com tecnologias avançadas para minimizar impactos ambientais
* A estatal mobilizou mais de 400 profissionais para o simulado da APO e deverá revisar o Plano de Proteção à Fauna conforme solicitado pelo Ibama
A Foz do Amazonas, parte da Margem Equatorial que se estende do Rio Grande do Norte ao Amapá, representa uma nova fronteira na exploração de petróleo brasileira. Segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), a região pode conter até 14 bilhões de barris de petróleo, apresentando características sedimentares favoráveis à formação de hidrocarbonetos.
A decisão do Ibama provocou diferentes reações. Organizações ambientais expressam preocupação com possíveis impactos em ecossistemas sensíveis, como recifes de corais e manguezais. Por outro lado, lideranças políticas e do setor produtivo defendem os benefícios econômicos, como geração de empregos e arrecadação de tributos para os estados do Norte.
A exploração na região ocorre em um momento de transição energética global. Embora haja crescente demanda por fontes renováveis, o petróleo ainda representa cerca de 30% da matriz energética mundial, segundo a Agência Internacional de Energia (IEA).