A exportação brasileira de café especial aos Estados Unidos sofreu uma queda significativa em agosto de 2025, após a implementação da tarifa de 50% imposta pelo governo Trump sobre o produto. Dados da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) e do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) revelam uma redução de 79,5% nas exportações em comparação com o mesmo período do ano anterior.
O impacto da medida foi tão expressivo que os EUA, tradicionalmente líderes nas importações de cafés especiais brasileiros, caíram para a sexta posição no ranking mensal, ficando atrás de países europeus como Holanda, Alemanha, Bélgica, Itália e Suécia.
* Em números, as exportações para os EUA registraram apenas 21.679 sacas de 60 kg em agosto, uma queda de 69,6% em relação a julho do mesmo ano.
* A Holanda assumiu a liderança com 62.004 sacas, seguida pela Alemanha com 50.463 sacas, Bélgica com 46.931 sacas, Itália com 39.905 sacas e Suécia com 29.313 sacas.
Carmem Lucia Chaves de Brito, conhecida como Ucha, presidente da BSCA, explicou que “Muitos contratos que haviam sido assinados vêm sendo suspensos, cancelados ou adiados, a pedido dos importadores americanos, uma vez que a taxação de 50% sobre os cafés especiais brasileiros torna praticamente inviável a realização desses negócios”.
A presidente alertou sobre os impactos negativos não apenas para a cadeia produtiva brasileira, mas também para os consumidores norte-americanos, destacando que “Já observamos elevação no preço do café à população americana, gerando inflação à economia do país”.
Uma possível solução foi apontada após uma ordem executiva assinada por Trump em 5 de setembro, que prevê a possibilidade de redução das tarifas a zero para importações estratégicas, desde que existam acordos comerciais que atendam aos interesses americanos.