Dino autoriza investigação sobre CPI da Covid

Dino autoriza investigação sobre CPI da Covid

Ministro do STF determina abertura de inquérito pela PF para apurar conclusões da CPI da Covid, que indiciou 66 pessoas e duas empresas em 2021

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a abertura de inquérito pela Polícia Federal para investigar as conclusões da CPI da Covid, finalizada em 2021 no Senado. A decisão foi bem recebida pela base governista no Congresso, especialmente em um momento de tensão política envolvendo pautas como a PEC da Blindagem e projetos de anistia aos envolvidos na tentativa de golpe de Estado.

O relatório final da CPI, aprovado em outubro de 2021, recomendou o indiciamento de 66 pessoas físicas e duas jurídicas por diversos crimes, incluindo crimes contra a humanidade e de responsabilidade. A investigação, que ficou paralisada durante a gestão do ex-procurador-geral Augusto Aras, agora ganha novo impulso com prazo inicial de 60 dias para complementação dos trabalhos.

Principais Pontos da Investigação:

* O documento aponta indícios de crimes contra a Administração Pública, incluindo fraudes em licitações, superfaturamento e desvio de recursos públicos
* Entre os investigados estão o ex-presidente Jair Bolsonaro, três de seus filhos e mais 20 pessoas ligadas ao bolsonarismo
* O relatório lista crimes como epidemia com resultado de morte, charlatanismo, falsidade ideológica e prevaricação
* Foram incluídos também crimes contra a humanidade previstos no Estatuto de Roma, que podem resultar em pena de prisão perpétua

O senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), ex-vice-presidente da CPI e atual líder do governo no Congresso, declarou: “Justiça nunca é recebida com euforia, mas com consolo. Nós demonstramos que milhares de mortes poderiam ter sido evitadas, se não houvesse negligência ou ação deliberada do governo”.

A investigação abrange diversos aspectos da gestão da pandemia, incluindo o colapso do sistema de saúde em várias cidades, com destaque para a tragédia de Manaus, onde pacientes morreram por falta de oxigênio. Também são investigadas as ações e omissões do governo federal na aquisição de vacinas e na disseminação de desinformação sobre tratamentos sem eficácia comprovada.

O gabinete do ministro Dino ressaltou que a investigação pode se estender além das 24 pessoas inicialmente listadas. A decisão representa um novo capítulo nas apurações sobre a gestão da pandemia no Brasil, que resultou em centenas de milhares de mortes.

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