A manutenção da taxa Selic em 15% ao ano, anunciada pelo Copom nesta quarta-feira (17), gerou uma onda de críticas de diversas entidades do setor produtivo e centrais sindicais. O Comitê justificou sua decisão citando incertezas no cenário externo, especialmente relacionadas à conjuntura econômica nos Estados Unidos, além da moderação no crescimento doméstico e inflação acima da meta.
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) foi uma das poucas vozes a apoiar a decisão. Em nota, a entidade argumentou que “a inflação dos serviços segue bem acima dos patamares saudáveis, como o grupo de alimentação fora do domicílio que, no escopo de medição do IBGE, permanece na casa dos 6% no acumulado dos 12 meses”.
Manifestações contrárias à decisão:
* A Confederação Nacional da Indústria (CNI) classificou a decisão como “injustificada” e demonstração de “postura excessivamente conservadora”. Seu presidente, Ricardo Alban, argumentou: “Não existe crescimento sustentável com juros estratosféricos. Não existe inovação, reindustrialização, crédito acessível”.
* A Central Única dos Trabalhadores (CUT) criticou o patamar elevado da Selic, com sua vice-presidenta Juvandia Moreira afirmando que “juros altos mantêm o país no topo do ranking mundial de juros reais e penalizam a população, que paga mais caro pelo crédito”.
* A Força Sindical manifestou-se através das redes sociais, argumentando que a política monetária “continua se curvando aos especuladores, em detrimento ao setor produtivo, que gera empregos e renda”.
A manutenção da taxa Selic em 15% continua gerando debates sobre seus impactos na economia brasileira, com a maioria das entidades defendendo uma redução para estimular o crescimento econômico e o desenvolvimento do país.