O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta terça-feira o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus que compõem o chamado “núcleo crucial” da trama golpista. O grupo é acusado de participar de uma organização criminosa que visava impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), os acusados teriam atuado em conjunto para garantir a permanência de Bolsonaro no poder, mesmo após sua derrota nas eleições. “Todos eles convergiram, dentro do seu espaço de atuação possível, para o objetivo comum de assegurar a permanência do presidente da República da época no exercício da condução do Estado, mesmo que não vencesse as eleições”, afirmou o procurador-geral Paulo Gonet.
* Jair Bolsonaro: Acusado de liderar a organização criminosa e discutir medidas como estado de sítio e GLO em reuniões no Palácio da Alvorada. A Polícia Federal aponta que ele teria analisado e alterado uma minuta de decreto golpista.
* Alexandre Ramagem: Ex-diretor da Abin, é acusado de comandar esquema de espionagem clandestina e disseminar informações falsas sobre o processo eleitoral.
* Almir Garnier: Ex-comandante da Marinha, teria manifestado apoio a uma tentativa de golpe em reuniões em dezembro de 2022.
* Anderson Torres: Ex-ministro da Justiça, teve em sua residência a “minuta do golpe”. Também é acusado de utilizar o cargo para atuar contra as instituições.
* Augusto Heleno: Ex-ministro do GSI, é acusado de promover narrativas para desacreditar as urnas eletrônicas e incentivar o descumprimento de decisões judiciais.
* Mauro Cid: Ex-ajudante de ordens, firmou acordo de delação premiada e confirmou que Bolsonaro recebeu e editou a minuta golpista.
* Paulo Sérgio Nogueira: Ex-ministro da Defesa, teria apresentado a minuta golpista em reunião com comandantes das Forças Armadas.
* Walter Braga Netto: Ex-ministro e candidato a vice, é acusado de financiar plano contra autoridades e criticar comandantes militares que não aderiram à trama.
A investigação revelou elementos como a “minuta do golpe”, encontrada na casa de Anderson Torres, que previa intervenção no Poder Judiciário para impedir a posse de Lula. Mensagens e depoimentos, incluindo a delação de Mauro Cid, fortalecem as acusações contra o grupo.