A atriz Berta Loran faleceu na noite de domingo (28) em um hospital particular em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro. Com 99 anos de idade, a artista polonesa naturalizada brasileira construiu uma carreira extraordinária de mais de sete décadas no entretenimento nacional, destacando-se principalmente em programas humorísticos.
Nascida em Varsóvia como Basza Ajs, Berta Loran chegou ao Brasil aos 9 anos de idade, onde desenvolveu sua paixão pelo teatro e pela comédia. Sua trajetória artística foi marcada por participações memoráveis em diversos programas de televisão, cinema e teatro.
* Ingressou na TV Globo em 1966, participando de programas icônicos como “Riso Sinal Aberto”
* Atuou em sucessos como “Balança Mas Não Cai” (1968), “Faça Humor, Não Faça Guerra” (1970) e “Planeta dos Homens” (1976)
* Marcou presença em programas humorísticos populares como “Escolinha do Professor Raimundo” (1990) e “Zorra Total” (1999)
* Participou de diversas novelas, incluindo “Amor com Amor se Paga” (1984), “Cambalacho” (1986) e mais recentemente “A Dona do Pedaço” (2019)
O talento para o humor era considerado por Berta como um dom especial. Em entrevista ao Memória Globo, ela expressou sua filosofia sobre a importância do humor: “Você pode perder apartamento, joia, dinheiro, e até um grande amor – 30 anos depois, quando você o reencontra, dará graças a Deus que o perdeu. Agora, o humor não pode ser perdido. Humor é tudo na vida”.
Sua vocação artística tinha raízes familiares. Filha de um alfaiate que também era ator, Berta cresceu em meio às apresentações para a comunidade judaica no Brasil. Sua estreia nos palcos aconteceu aos 14 anos, em uma apresentação memorável que definiu sua trajetória: “Eu sempre fui trapalhona, traquina, sapeca, danada. Com 14 anos, botei o salto alto da minha mãe e subi no palco. Quebrei o salto e saí mancando. O povo começou a rir. E eu gostei! Pensei comigo: “o bom é fazer rir””.