O governo Lula demonstra indiferença quanto à saída do União Brasil e do PP dos ministérios, mas mantém especial interesse em preservar os indicados do senador Davi Alcolumbre na Esplanada dos Ministérios, revelando uma estratégia política específica para manter boas relações com o Congresso Nacional.
Segundo fontes do Palácio do Planalto e parlamentares do PT na Câmara, ambos os partidos do Centrão já não demonstravam alinhamento consistente com a base governista em votações cruciais, minimizando assim o impacto prático de sua saída formal do governo.
* O governo mantém interesse específico nos indicados de Alcolumbre: Waldez Góes, no Desenvolvimento Regional, e Frederico de Siqueira Filho, nas Comunicações, visando fortalecer o diálogo institucional com o presidente do Senado.
* A articulação de Alcolumbre foi fundamental para que a determinação de deixar o governo se aplicasse apenas aos parlamentares com mandato: André Fufuca, do Esporte, e Celso Sabino, do Turismo.
* Uma das principais motivações do governo para manter essa proximidade com Alcolumbre é a expectativa de que ele possa atuar contra a aprovação de uma anistia ampla e irrestrita que beneficiaria Jair Bolsonaro, pauta articulada pela direita.
O Planalto busca dar um caráter mais institucional à relação com Alcolumbre, focando em sua posição como presidente do Senado, e relativizando sua ligação com o União Brasil. Vale ressaltar que tanto Waldez quanto Siqueira Filho não são filiados ao União Brasil, o que facilita sua permanência nos cargos sem conflitos partidários.