Donald Trump declarou estado de emergência de segurança pública em Washington D.C. nesta segunda-feira, assumindo o controle federal da polícia local e convocando a Guarda Nacional. A medida, que ele chamou de “dia da libertação”, visa expulsar moradores de rua e combater o que ele considera “jovens criminosos”.
Em uma série de manifestações na rede Truth Social, Trump afirmou que planeja tornar a cidade “mais segura e mais bonita do que nunca”, alegando que a capital foi “tomada por gangues violentas e criminosos sanguinários”, além de “maníacos drogados e moradores de rua”.
* A polícia de Washington passou ao comando da procuradora-Geral dos EUA, Pam Bondi, com envio de policiais e agentes do FBI às ruas
* Cerca de 450 agentes federais, incluindo membros do FBI, DEA e Patrulha de Fronteira, foram mobilizados no domingo
* A Guarda Nacional deve chegar ao longo da semana, similar à ação realizada em Los Angeles em junho
* Protestos se formaram em frente à Casa Branca, com manifestantes pedindo proteção à autonomia da cidade
* Registros da polícia local mostram redução de 7% em todos os crimes em 2025
* Crimes violentos apresentaram queda de 26% em comparação com 2024
* Segundo a prefeita Muriel Bowser, a violência atingiu o menor nível em 30 anos
Donald Whitehead, diretor executivo da Coalizão Nacional para os Sem-teto, criticou a abordagem de Trump, afirmando que ele está confundindo falta de moradia com crime. Whitehead ressalta que pessoas sem-teto têm maior probabilidade de serem vítimas do que autores de crimes.
A última vez que medida similar foi implementada em Washington D.C. foi em resposta aos distúrbios de 6 de janeiro de 2021, quando apoiadores de Trump invadiram o Capitólio. Por ser a capital federal, D.C. possui status especial e, pela Lei de Autonomia, o presidente pode assumir o controle da força policial em condições emergenciais, limitado a 30 dias após notificação ao Congresso.
A prefeita Bowser rejeitou as alegações de Trump sobre criminalidade desenfreada, reconhecendo que houve um aumento “terrível” em 2023, mas destacando a significativa redução posterior. Quando confrontada com comparações entre Washington e Bagdá, feitas pelo vice-chefe de gabinete da Casa Branca, Stephen Miller, Bowser respondeu que “qualquer comparação com um país devastado pela guerra é hiperbólica e falsa”.