Vladimir Putin e Donald Trump iniciaram uma cúpula histórica em uma base aérea do Alasca que pode definir o futuro da guerra na Ucrânia. O encontro marca a primeira vez que o presidente russo pisa em solo ocidental desde o início da invasão à Ucrânia em fevereiro de 2022.
Os dois líderes chegaram em seus respectivos aviões presidenciais e protagonizaram um encontro marcado por formalidades diplomáticas, incluindo um aperto de mãos na pista sob um céu cinzento, seguido de uma caminhada pelo tapete vermelho e saudação da guarda de honra.
* Os presidentes se reuniram em uma sala com um pano de fundo azul onde se lia “Em busca da paz”, acompanhados inicialmente apenas por intérpretes, conforme planejado pelo Kremlin.
* Durante a chegada, enquanto caças sobrevoavam o local, um repórter questionou Putin sobre os civis mortos no conflito, mas não obteve resposta.
* Trump esteve acompanhado por Marco Rubio, chefe da diplomacia, e Steve Witkoff, enviado especial, segundo informou Karoline Leavitt, porta-voz da Casa Branca.
A bordo do Air Force One, Trump destacou o “respeito” mútuo entre ele e Putin, afirmando: “Nós nos entendemos bem”. No entanto, o presidente americano alertou que a reunião poderia terminar rapidamente se Putin não demonstrasse disposição para negociar, estimando “25%” de chances de fracasso.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, que até agora rejeitou publicamente a pressão para ceder território, manifestou-se nas redes sociais: “É hora de pôr fim à guerra, e os passos necessários devem ser dados pela Rússia. Contamos com os Estados Unidos”.
A escolha do Alasca como local do encontro tem significado histórico, sendo um território anteriormente pertencente à Rússia, vendido aos Estados Unidos no século XIX. Para Putin, que é alvo de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional, o local é estratégico por sua proximidade com a Rússia através do estreito de Bering.
Trump, que anteriormente expressou admiração por Putin e prometeu alcançar a paz em 24 horas caso retornasse à Casa Branca, agora demonstra frustração com a postura irredutível do líder russo, advertindo sobre “consequências muito graves” caso não haja acordo para um cessar-fogo.
A cúpula ocorre em um momento crítico do conflito, com a Rússia controlando aproximadamente um quinto do território ucraniano e milhares de vidas perdidas desde o início da invasão.