Líderes europeus manifestaram duras críticas ao presidente russo Vladimir Putin após reunião entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, realizada nesta segunda-feira (18). As declarações surgiram em um momento crucial das discussões sobre a guerra na Ucrânia.
O encontro na Casa Branca, que contou com a presença de importantes lideranças europeias, ocorreu dias após Trump ter se reunido com Putin. Embora Zelensky tenha classificado a conversa como a “melhor com Donald Trump”, as autoridades europeias expressaram preocupações significativas.
* O presidente finlandês Alexander Stubb foi enfático ao declarar que Putin “não é uma pessoa confiável”. Em suas palavras: “Raramente Putin é alguém digno de confiança. Teremos então que ver se ele tem a coragem de participar de uma reunião trilateral ou se, mais uma vez, tenta ganhar tempo”.
* O presidente francês Emmanuel Macron defendeu a possibilidade de sanções contra a Rússia caso Putin não demonstre avanços nas negociações de paz. “O presidente Trump acredita que podemos chegar a um acordo e acredita que o presidente Putin também deseja um acordo de paz”, afirmou Macron, acrescentando: “Mas, se no final esse processo encontrar uma negativa, também estamos dispostos a dizer que precisamos aumentar as sanções”.
* O chanceler alemão Friedrich Merz rejeitou a ideia de concessões territoriais, comparando a situação a um cenário hipotético nos EUA: “O pedido da Rússia a Kiev para que ceda as zonas livres de Donbass é equivalente, para dizer sem rodeios, a que os Estados Unidos tenham que entregar a Flórida”.
As exigências do Kremlin incluem a cessão de quatro regiões parcialmente ocupadas – Donetsk, Lugansk, Zaporizhzhia e Kherson – além da Crimeia, anexada em 2014. Putin também demanda que a Ucrânia renuncie à adesão à OTAN. Trump havia sugerido anteriormente que Zelensky e a União Europeia poderiam encerrar o conflito aceitando as concessões territoriais exigidas por Putin.
Quando questionado sobre possíveis concessões territoriais de Kiev, Macron foi categórico em afirmar que o assunto não foi abordado durante as discussões: “Não, isso não foi discutido de forma alguma. Estamos muito longe disso”.