Rodrigo Caldas, policial penal afastado, confessou por telefone o assassinato de sua namorada Priscila Azevedo Mundim, encontrada morta a facadas em um apartamento no bairro Padre Eustáquio, região Noroeste de Belo Horizonte. O crime ocorreu no sábado (16), e o velório da vítima foi realizado no domingo (17), marcado por forte comoção e pedidos de justiça.
Leonardo Alves, cunhado da vítima, relatou que recebeu uma ligação do suspeito pela manhã confessando o crime. “A irmã e a mãe da Priscila tentaram contato e não conseguiram. Resolvemos ir lá ver o que que de fato podia ter acontecido e quando nós chegamos na residência, eu continuei de forma bem insistente a ligar ao ponto dele atender o telefone. Ele simplesmente falou: “irmão, fiz m*. Liga para o 190”, contou Leonardo em entrevista.
Cronologia dos eventos:
* Na noite anterior ao crime, o casal esteve na casa do primo de Priscila, onde tiveram discussões por motivos considerados banais, incluindo uma brincadeira sobre futebol e uma selfie que Priscila tirou, gerando ciúmes em Rodrigo Caldas
* Durante a madrugada, vizinhos relataram ter ouvido gritos vindos do apartamento, localizado na Rua Vereador Geraldo Pereira
* O corpo de Priscila foi encontrado no quarto do imóvel, no segundo andar do prédio, com muito sangue espalhado pelo local, segundo informações do Corpo de Bombeiros
* Após o crime, Rodrigo Caldas tentou tirar a própria vida com um corte na barriga e foi socorrido pelo SAMU, sendo encaminhado ao Hospital de Pronto-Socorro João XXIII
Familiares revelaram que o relacionamento do casal durava cerca de cinco meses, e que Priscila já havia tentado terminar anteriormente. Um primo da vítima destacou o comportamento possessivo do suspeito: “Toda vez que ela levantava da cadeira para se dirigir a janela, ele já apresentava um olhar para ela de possessão”.
A Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que Rodrigo Caldas estava afastado das atividades desde janeiro de 2024 por motivos psiquiátricos, e que seu armamento institucional já havia sido recolhido. O Departamento Penitenciário (Depen) anunciou a instauração de um procedimento administrativo pela Corregedoria.
Durante o velório, familiares relataram que o corpo de Priscila estava irreconhecível, com sinais de violência evidentes. Também foi mencionado que o policial penal já possuía histórico de violência doméstica contra outras mulheres.
A Polícia Civil segue investigando o caso, que foi registrado como feminicídio.