Líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, anuncia estratégia de obstrução total nos trabalhos legislativos e declara “guerra” contra o governo, exigindo negociação do “pacote da paz”.
O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) anunciou nesta terça-feira, 5, que a oposição iniciará uma obstrução total dos trabalhos na Câmara dos Deputados e no Senado. A medida visa pressionar o governo a negociar o chamado “pacote da paz”, que inclui demandas como o impeachment do ministro Alexandre de Moraes e anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro.
Durante coletiva de imprensa, Sóstenes Cavalcante enfatizou que a oposição está “entrincheirada” e coordenará uma série de ações centralizadas. O líder do PL revelou que o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, realizou reuniões de alinhamento com outros dirigentes partidários pela manhã.
“Vamos entrar em obstrução total na Câmara e no Senado e não vamos recuar enquanto não houver caminhos para a pacificação, já apresentado por meus colegas”, declarou Sóstenes Cavalcante aos jornalistas.
Na mesma ocasião, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) detalhou os pontos do “pacote da paz”, que inclui o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, a concessão de “anistia ampla, geral e irrestrita” aos condenados pelos atos de 8 de janeiro, e a aprovação da PEC que elimina o foro privilegiado.
“A partir de agora estamos nos apresentando para a guerra. Se é guerra que governo quer, guerra terá. Não haverá paz no Brasil enquanto não houver discurso de conciliação, que passa pela anistia, pela mudança do fim do foro e pelo impeachment de Moraes”, enfatizou Sóstenes Cavalcante.
O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), criticou diretamente o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), apontando falhas na comunicação entre as lideranças e questionando sua postura em relação ao pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
* A obstrução foi iniciada simultaneamente no Senado e na Câmara dos Deputados, com cinco senadores ocupando a Mesa Diretora no Senado
* Marinho justificou a medida extrema citando a falta de diálogo com Alcolumbre nas últimas duas semanas
* O senador criticou a postura do presidente do Senado, afirmando que “ele pode ser aliado do governo, mas não pode ficar de costas para o Parlamento”
O líder da oposição também expressou preocupações sobre o atual cenário político brasileiro, caracterizando-o como um “momento de exceção”. Em suas declarações, Marinho teceu críticas ao inquérito das fake news, que classificou como o “ovo da serpente”.
Durante seu pronunciamento, o senador defendeu duas propostas legislativas: uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa acabar com o foro privilegiado e a anistia para os condenados pelos eventos de 8 de janeiro, que segundo ele seria “importante” para a reconciliação nacional.