O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira (6) a realização de uma acareação entre o tenente-coronel Mauro Cid e o coronel Marcelo Costa Câmara, ex-assessor de Bolsonaro, ambos réus em processo relacionado à trama golpista.
O procedimento, agendado para 13 de agosto às 11h30 na sede do STF em Brasília, foi solicitado pela defesa de Câmara, que apontou supostas inconsistências nos depoimentos de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro e atual delator do caso.
* A defesa de Câmara questiona a declaração de Mauro Cid sobre o suposto contato do coronel com minutas de decreto golpistas discutidas no Palácio do Alvorada
* Outro ponto contestado refere-se à afirmação de Cid sobre um alegado monitoramento contínuo do ministro Alexandre de Moraes por parte de Câmara
* Os advogados também contestam as declarações de Cid quanto ao conhecimento de Câmara sobre as motivações das demandas relacionadas ao suposto plano golpista
Na decisão que autoriza a acareação, Moraes determinou que Câmara, atualmente em prisão preventiva no Complexo Penitenciário da Papuda, seja conduzido ao STF com monitoramento eletrônico, mantendo a proibição de comunicação com terceiros, exceto seu advogado.
Vale ressaltar que em acareação anterior envolvendo Mauro Cid e o general Walter Braga Netto, o ministro proibiu qualquer tipo de gravação do procedimento, sendo permitido apenas o registro em ata.
Marcelo Câmara integra o núcleo 2 da investigação sobre a trama golpista, grupo apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como responsável por ações gerenciais para o golpe, incluindo a elaboração de minutas golpistas e coordenação de operações contra adversários.
Os envolvidos foram denunciados pela PGR por cinco crimes: organização criminosa, golpe de Estado, tentativa violenta de abolir o Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.