O presidente Lula anunciará hoje um pacote de medidas no valor de R$ 30 bilhões para apoiar exportadores brasileiros afetados pelo tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos sobre produtos como aço, alumínio, etanol e itens agrícolas. O anúncio acontecerá no Palácio do Planalto, com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin e empresários.
Durante entrevista à rádio BandNews FM, Lula destacou que a medida provisória estabelecerá uma linha de crédito focada principalmente em pequenas empresas que exportam para os EUA, as mais impactadas pela medida americana. O presidente não descartou a possibilidade de aumentar o valor do benefício caso necessário.
* Alteração no Fundo de Garantia à Exportação (FGE), gerido pelo BNDES, para disponibilização dos recursos prometidos
* Implementação de um programa de compras governamentais através do BNDES, focado em itens que normalmente seriam exportados aos EUA
* Desenvolvimento de estratégias para abertura de novos mercados, com foco especial em países como China e Índia
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que o plano foi elaborado após extensivas reuniões com representantes empresariais, visando minimizar impactos econômicos e sociais das sanções comerciais americanas.
“Eu acho que vai ser extremamente importante para que a gente possa mostrar que ninguém ficará desamparado por conta da taxação do presidente Trump, de que nós vamos cuidar dos trabalhadores dessas empresas, vamos procurar achar outros mercados para as empresas brasileiras”, afirmou Lula.
O governo brasileiro já oficializou uma consulta à Organização Mundial do Comércio (OMC), primeiro passo para um possível processo de julgamento. No entanto, Lula enfatizou que o país não pretende “fazer bravata” e que as decisões serão tomadas considerando as consequências para o povo brasileiro e as relações com os Estados Unidos.
Uma pesquisa realizada pela Ipsos-Ipec revelou que 75% dos brasileiros interpretam o tarifaço como uma decisão política, não apenas comercial. O estudo também mostrou que 68% da população defende a priorização de acordos com outros mercados, como China e União Europeia.
O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, reforçou a estratégia de redirecionamento das exportações, citando reuniões recentes com embaixadores da China e Índia para identificar novas oportunidades comerciais.