O presidente Lula cobrou publicamente uma resposta sobre a liberação de recursos para crédito imobiliário voltado à classe média, no âmbito do programa Minha Casa, Minha Vida. A demanda foi feita durante cerimônia de entrega de residências do programa habitacional.
“Nós fizemos a reunião dia 24 de junho, me pediram 30 dias para apresentar a proposta definitiva. De 24 de junho, passamos para 24 de julho, já estamos no mês de agosto. Então, tanto você, Jader [Filho] quanto o Carlos [Vieira], a Inês [Magalhães], o Rui Costa e o presidente do Banco Central me devem uma resposta”, afirmou o presidente.
A cobrança foi direcionada especificamente aos ministros das Cidades, Jader Filho, e da Casa Civil, Rui Costa, além do presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, da vice-presidente de Habitação da Caixa, Inês Magalhães, e do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.
Uma das principais propostas em discussão, segundo o ministro Jader Filho, é a liberação dos depósitos compulsórios da poupança. Atualmente, o Banco Central exige que os bancos mantenham 20% dos recursos de depósitos de poupança como recolhimento compulsório. A sugestão é reduzir esse percentual para aumentar a disponibilidade de recursos para o crédito imobiliário.
O ministro das Cidades defende que 80% desses recursos sejam direcionados exclusivamente para contratos habitacionais, com limite estabelecido na taxa de juros. “Eu já disse isso ao presidente Galípolo, na última reunião que tivemos, que o Ministério das Cidades compreende que tem que ter essas duas condições para que a gente possa fazer esse lançamento. Ou a gente lança desse jeito ou a gente não deveria lançar, se não tiver essas duas travas”, destacou.
Durante o evento, foram entregues 1.876 residências do Minha Casa, Minha Vida em seis cidades das regiões Norte e Nordeste, incluindo municípios da Bahia, Ceará, Maranhão, Piauí e Tocantins. No Ceará, as habitações entregues são as primeiras contratadas e concluídas no atual mandato de Lula, já seguindo os novos padrões do programa.
“O valor da casa para um pobre é muito grande. É a segurança que a gente quer na vida. E é por isso que temos esse compromisso de fazer casa, é por isso que a Caixa tem que colocar tudo que for dinheiro possível para a gente fazer. É por isso que o Jader vai ter que trabalhar mais”, enfatizou Lula.
A necessidade de ampliação do crédito habitacional surge em um contexto onde a poupança registra seu segundo mês consecutivo de resultado positivo, após quatro meses de retiradas no início do ano. No acumulado de 2025, a caderneta apresenta resgate líquido de R$ 49,6 bilhões, seguindo os resultados negativos de 2023 e 2024, que registraram retiradas líquidas de R$ 87,8 bilhões e R$ 15,5 bilhões, respectivamente.