A plataforma Gasto Brasil, desenvolvida pela Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), revelou que o gasto público federal já ultrapassou R$ 3,4 trilhões em 2025. A ferramenta integra dados de todas as esferas do governo, Banco Central e estatais, possibilitando o monitoramento em tempo real das despesas públicas.
A iniciativa tem gerado importante debate sobre transparência e eficiência fiscal, como destaca Evandro Silva, presidente da Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Agronegócio de Passo Fundo (ACISA): “O Gasto Brasil traz informações valiosas porque reforçam a transparência e aumentam a capacidade de influência do setor produtivo. Se soubermos o custo que está sendo gerado, podemos levar essa informação para a sociedade, que também passa a ter consciência desse gasto público e, aí sim, cobrar resultados”.
* A ACISA de Passo Fundo planeja instalar um painel em sua fachada para exibir os números do Gasto Brasil, visando maior engajamento de empresários e população.
* Cláudio Queiroz, consultor da CACB e da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), e autor da proposta, enfatiza: “É uma ferramenta que ajuda a entender melhor onde e quanto o governo está gastando e se esses gastos fazem sentido do ponto de vista da eficiência e do retorno à sociedade”.
* A plataforma está em constante evolução, com previsão de incluir análises sobre a qualidade dos gastos e seus benefícios para a sociedade.
O momento do lançamento do Gasto Brasil coincide com intensas discussões sobre as contas públicas. A Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado aponta incertezas na agenda fiscal do governo, destacando que medidas como a PEC 66/2023 e aumentos tributários podem oferecer alívio temporário, mas não solucionam questões estruturais.
Marcus Pestana e Alexandre Andrade, diretores da IFI, alertam em seu relatório de agosto: “Na vida real, qualquer despesa é despesa efetiva, independentemente de sua natureza. O que importa é seu impacto no resultado primário e na dinâmica da dívida pública”.
A expectativa é que o Gasto Brasil aproxime os cidadãos do debate fiscal, com as entidades atuando como mediadoras. Como resume Evandro Silva: “A entidade é um articulador, o meio de levar a informação até as empresas e à sociedade sobre os gastos que o setor público está tendo”.