Em João Pinheiro, no Noroeste de Minas Gerais, uma situação alarmante tem se desenvolvido com a presença de javalis gigantes, causando significativos prejuízos aos produtores rurais. Nos últimos quatro meses, três exemplares com mais de 200 quilos foram abatidos por caçadores profissionais na região.
Os casos mais notáveis incluem:
* Um javali de aproximadamente 250 quilos e 1,63 metro de comprimento foi abatido em Paracatu após perseguição noturna com auxílio de cães farejadores e lanternas.
* Em maio, caçadores abateram um espécime ainda maior, com impressionantes 2,40 metros de comprimento, 1,55 metro de altura e cerca de 300 quilos, sendo considerado um dos maiores já capturados na região.
* Em abril, outro javali pesando mais de 190 quilos foi abatido em um milharal durante uma operação que resultou em duas capturas no mesmo dia.
A caça destes animais é legalizada pelo Ibama desde 2013 como forma de controle técnico da espécie. Os caçadores envolvidos são registrados como CACs (Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores) e atuam mediante autorização específica, principalmente atendendo a pedidos de fazendeiros que sofrem com a destruição de suas lavouras.
João Pinheiro, sendo a maior cidade em extensão territorial de Minas Gerais com 10.727,097 km² segundo o IBGE, oferece um ambiente propício para a proliferação destes animais devido às suas áreas de difícil acesso e abundância de nascentes.
Os javalis (Sus scrofa) são considerados uma das 100 piores espécies exóticas invasoras pela União Internacional de Conservação e Natureza (UICN). Originários da Europa, norte da África e Ásia, estes animais entraram no Brasil há mais de um século e, ao cruzarem com porcos domésticos, deram origem ao javaporco, um híbrido maior e mais resistente.