Gaza enfrenta nova ofensiva militar de Israel com 300 mil pessoas ainda na cidade

Gaza enfrenta nova ofensiva militar de Israel com 300 mil pessoas ainda na cidade

Exército israelense planeja tomar a Cidade de Gaza, último reduto do Hamas, em operação que especialistas alertam ser complexa e de alto risco humanitário

A Cidade de Gaza, maior centro urbano dos territórios palestinos, está prestes a enfrentar uma nova e intensa operação militar israelense. Com mais de 760.000 habitantes antes da guerra, a cidade agora enfrenta o desafio de uma possível invasão que visa desmantelar os últimos redutos do Hamas na região.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu anunciou planos para expandir as operações militares na Cidade de Gaza e nos campos de refugiados do território central. A situação é particularmente delicada devido ao aumento populacional causado pelo deslocamento de habitantes do norte da Faixa de Gaza, que buscaram refúgio na cidade desde o início do conflito em outubro de 2023.

Desafios Humanitários e Militares

* A cidade está repleta de campos de deslocados e abrigos improvisados, muitos estabelecidos em meio aos escombros de edifícios destruídos por bombardeios

* Cerca de 300.000 habitantes nunca deixaram a Cidade de Gaza desde o início do conflito, tornando a evacuação um desafio significativo

* Israel planeja direcionar civis para áreas denominadas “humanitárias” no sul, mas especialistas alertam que não há espaço suficiente para acomodar toda a população

* A Fundação Humanitária de Gaza (GHF) administra centros de ajuda humanitária, com planos de expansão de 4 para 16 unidades, embora organizações como a Human Rights Watch critiquem a operação como uma “armadilha mortal”

Presença do Hamas e Infraestrutura

* Estima-se que o braço militar do Hamas possua entre 10.000 e 15.000 combatentes na cidade, segundo Michael Milshtein, coordenador do programa de estudos palestinos na Universidade de Tel Aviv

* A cidade é considerada a sede do poder do Hamas desde 2007, com extensa rede de túneis, depósitos de armas e postos de combate

* O ex-general israelense Amir Avivi descreve a área como o “bastião” e “o coração do poder do Hamas”

A complexidade da operação é ampliada pela densidade urbana, becos estreitos e prédios altos, além da provável presença de artefatos explosivos e o risco do uso de civis como escudos humanos. O comandante do Estado-Maior de Israel, Eyal Zamir, já manifestou preocupação com o alto custo humano da operação para as forças israelenses.

Mairav Zonszein, do International Crisis Group (ICG), alerta que a operação pode resultar em uma “grande catástrofe humanitária” e possíveis baixas entre os reféns ainda mantidos pelo Hamas desde outubro de 2023. A situação apresenta um dilema significativo para as forças israelenses, que precisam equilibrar objetivos militares com a proteção de civis e reféns.

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