A Fundação Ezequiel Dias (FUNED) comunicou oficialmente ao Governo Federal que interromperá o fornecimento da vacina contra meningite C ao Ministério da Saúde a partir de fevereiro de 2026. A decisão foi fundamentada em questões financeiras e operacionais que inviabilizam a continuidade da produção do imunizante.
De acordo com Felipe Attiê, presidente da FUNED, a instituição enfrentaria custos expressivos para manter a produção da vacina. O investimento necessário seria de aproximadamente R$ 2 bilhões para a construção de duas unidades fabris distintas.
Pontos principais sobre a decisão:
* A FUNED necessitaria investir R$ 1 bilhão em uma fábrica para produção de IFAS (Insumo Farmacêutico Ativo) e mais R$ 1 bilhão em outra unidade para formulação e embalagem.
* Attiê revelou que a fundação nunca produziu efetivamente a vacina: “Nós sempre compramos de outras fábricas, como a GSK. O máximo que fizemos foi rotular e embalar”.
* O Ministério da Saúde substituiu as “alianças estratégicas” pelas “Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo” (PDPs), estabelecendo fiscalizações trimestrais pelo governo e TCU.
Para se adaptar às novas exigências do setor, a FUNED está implementando um processo de modernização institucional. A fundação contratou uma consultoria da Fundação Getúlio Vargas (FGV) para reestruturar suas operações e modificar sua personalidade jurídica, visando maior agilidade em processos de contratação e aquisição de insumos.
“É preciso mudar a FUNED para que ela dê conta de fazer biológico, possa servir ao SUS e salvar vidas como é a função dela”, afirmou Attiê sobre as mudanças necessárias na instituição.