Frank Martins: ‘Maior de Minas e Rei de Copas: tem que respeitar o Cruzeiro!’

Frank Martins: ‘Maior de Minas e Rei de Copas: tem que respeitar o Cruzeiro!’

Enquanto o rival vive de ilusão e teatrinho, o Cruzeiro mostra dentro de campo quem é o verdadeiro protagonista do futebol mineiro

Teve torcedor adversário comemorando sorteio, rindo de ter pegado o Cruzeiro. Teve titular com camisa 92 bancando resenha em rede social. Teve até provocação mal ensaiada antes do clássico. Mas a verdade é uma só: o Maior de Minas entrou em campo e mostrou que, quando se fala em decisão, não existe espaço para oba-oba.

É até engraçado ouvir que o Atlético teria sido “melhor” ou que “pressionou” no primeiro tempo. Vamos combinar: todos os lances de perigo deles estavam em impedimento. Zero normalidade, zero superioridade. Foi ilusão. Jogo jogado mesmo, só deu Cruzeiro.

E aí vem a narrativa de que a Raposa “achou” um gol. Ora, como escreveu o meu amigo Josias Pereira, só marca quem procura e tem competência para fazê-lo. O Cruzeiro teve as duas coisas. Marcou porque foi eficiente, porque acreditou, porque foi competitivo. É assim que se ganha clássico.

O segundo tempo, então, foi de almanaque. O tal “Cruzeiro que morre na volta do intervalo” não apareceu. Pelo contrário. Romero e Lucas Silva tomaram conta do meio. Os laterais venceram praticamente todos os duelos individuais. A zaga, perfeita em cada bola. Se a transição tivesse sido mais caprichosa, a classificação já teria vindo de bandeja.

O dado é claro: o Cruzeiro sofreu gol em apenas um dos últimos 10 jogos fora de casa nesta temporada. É consistência, é trabalho, é organização. E isso tudo tem nome: Leonardo Jardim.

O português é a melhor coisa que aconteceu ao Cruzeiro nos últimos anos. Ser sereno, didático e seguro nas coletivas reflete o estágio em que estamos. Enquanto Cuca faz teatrinho com Éder Aleixo para inventar “combustível extra”, Jardim simplesmente explica o jogo. Sem show, sem espuma. Apenas futebol.

E essa postura é o que precisa contagiar o torcedor. Porque o rival tenta criar clima de “já ganhou”, quer que o cruzeirense vá ao Mineirão achando que a vaga está no bolso. Mas o trabalho não acabou. A primeira batalha foi vencida, mas a guerra só termina no apito final do jogo da volta.

O Cruzeiro, no entanto, pode tirar proveito até do calendário. Se avançar, a semifinal da Copa do Brasil acontece só depois de rodadas importantes do Brasileirão. Dá pra manter força no G4, brigar por vaga direta na Libertadores e voltar leve para o mata-mata. Um cenário que o cruzeirense não via há anos.

Por isso digo e repito: que Leonardo Jardim tenha vida longa no Cruzeiro. O que ele faz com o elenco atual já é um absurdo. Imaginem o que poderá fazer com um grupo mais encorpado, com peças de maior qualidade. Pensar no Cruzeiro antes e depois dele é simplesmente surreal.

O Maior de Minas e o Rei de Copas está de volta. Que respeitem!

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Frank Martins
Frank Martins
Jornalista, cruzeirense e contador de histórias do time que fez do Mineirão o palco da eternidade. Já passei pela Itatiaia, O Tempo, Hoje em Dia, TV Rede Super e ESPN FC, mas aqui no N3 News a proposta é outra: menos noticiário, mais alma. Reflexões, memórias, causos e análises do clube que carrego 5 estrelas no peito e que me ensinou a amar o futebol. Porque ser Cruzeiro é mais do que torcer: é transformar cada jogo em memória e cada título em parte da alma dessas páginas heroicas e imortais.

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