O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o monitoramento policial em tempo integral do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em sua residência em Brasília. A decisão, que acatou parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), estabelece que a Polícia Penal do Distrito Federal deverá enviar equipes para realizar a vigilância do ex-presidente, que cumpre prisão domiciliar.
A medida gerou forte reação do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que expressou sua indignação durante sessão na Comissão de Segurança Pública do Senado. “Vão botar um porteiro da Polícia Federal na casa dele para revistar quem entra e quem sai, e monitorá-lo com medo de fuga. Quer dizer, eles ultrapassaram há muito tempo o limite do uso da máquina pública para perseguir quem eles querem. Submetem a uma humilhação uma pessoa correta, honesta. Acusam de tudo, menos de ser corrupto”, declarou o senador.
O filho do ex-presidente ainda acusou a Polícia Federal, a PGR e o STF de criarem “situações desnecessárias para impor humilhações a Bolsonaro”. Em tom de protesto, afirmou: “Não se preocupem, nenhuma prisão pode deter o que Bolsonaro criou. O Brasil teve um gostinho de liberdade e gostou. Bolsonaro vai ser livre novamente e, se Deus quiser, presidente em 2027”.
Na decisão que determinou o monitoramento, o ministro Alexandre de Moraes justificou a medida citando a proximidade do julgamento de Bolsonaro e a necessidade de garantir a aplicação da lei penal. O magistrado mencionou especificamente as “ações incessantes de Eduardo Nantes Bolsonaro” no exterior como um dos fatores que demonstram possível risco de fuga por parte do ex-presidente, principalmente considerando o julgamento da AP 2.668/DF, agendado entre os dias 2 e 12 de setembro de 2025.
Após a determinação do ministro, a Polícia Federal solicitou ao STF autorização para posicionar um agente dentro da residência de Bolsonaro, visando prevenir efetivamente qualquer tentativa de fuga.