O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) declarou que continuará nos Estados Unidos buscando mais sanções contra o Brasil. Em entrevista ao jornal O Globo, o parlamentar revelou a possibilidade de permanecer em autoexílio por “décadas” e expressou temor de prisão caso retorne ao país.
Eduardo Bolsonaro, que está sendo investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de coação no processo em que seu pai é réu por tentativa de golpe de Estado, manifestou-se sobre diversos aspectos de sua permanência nos EUA e suas articulações políticas:
* As tarifas de 50% impostas pelos EUA aos produtos brasileiros entraram em vigor, com impacto significativo nas exportações nacionais. O deputado responsabilizou o ministro Alexandre de Moraes do STF pela situação e defendeu uma “anistia ampla, geral e irrestrita” para os réus do 8 de Janeiro.
* Em relação às suas atividades nos EUA, Eduardo afirmou que vai à Casa Branca “quase toda semana” e mantém contato frequente com parlamentares como María Elvira Salazar, Richard McCormick e Chris Smith, além do ex-estrategista Steve Bannon.
* O parlamentar minimizou os efeitos das tarifas sobre o agronegócio, afirmando que “até agora nenhum fazendeiro ou produtor agrícola me ligou para dizer que eu deveria parar com as minhas ações”, mesmo com dados indicando que 82% do volume de exportações do setor serão afetadas.
Sobre sua situação parlamentar, Eduardo Bolsonaro indicou que tentará manter seu mandato na Câmara, informando que oficiará o presidente da Casa, Hugo Motta. Ele apoiou uma proposta de mudança no Regimento que permitiria o exercício do mandato à distância.
O deputado também fez alertas aos presidentes das Casas legislativas, sugerindo que Hugo Motta e Davi Alcolumbre podem “entrar no radar” das sanções americanas caso não pautem a anistia e o impeachment de Moraes.
Quanto ao futuro político, Eduardo Bolsonaro condicionou uma possível candidatura à Presidência em 2026 ao apoio de seu pai, mas ressaltou que sua prioridade atual é o “resgate da normalidade democrática no Brasil e o isolamento do Alexandre de Moraes”.