O Brasil alcançou um marco significativo na vacinação contra o HPV, superando a média global com uma cobertura de 82% entre meninas de 9 a 14 anos, enquanto a média mundial é de apenas 12%. Este avanço representa um passo importante em direção à meta estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de atingir 90% de cobertura até 2030.
O progresso na vacinação contra o HPV no país tem sido notável, com estratégias diversificadas para ampliar a proteção. Entre as principais iniciativas estão:
* A inclusão de meninos no público-alvo, resultando em um aumento expressivo da cobertura de 45,46% para 67,26% em dois anos
* O lançamento de uma campanha de resgate vacinal em fevereiro de 2025, focada em 7 milhões de adolescentes de 15 a 19 anos não vacinados, com prioridade para 2,95 milhões de jovens em 121 municípios
* A implementação de estratégias específicas em estados com maior número de não vacinados, como São Paulo e Rio de Janeiro, que iniciaram campanhas de resgate recentemente
Apesar dos esforços, apenas cerca de 106 mil jovens de 15 a 19 anos foram vacinados até o momento, gerando preocupação na Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). Segundo Juarez Cunha, diretor da SBIm, “a falta de informação para a população” é o principal obstáculo para melhorar a cobertura vacinal nessa faixa etária.
A pesquisa da Fundação do Câncer revela que entre 26% e 37% dos jovens consultados desconheciam que a vacina contra HPV prevenia o câncer do colo do útero. Entre os adultos responsáveis, esse percentual era de 17%.
O Instituto Nacional de Câncer (Inca) destaca que o HPV é responsável por 99% dos casos de câncer de colo de útero, com estimativa de 17 mil casos novos por ano no triênio 2023-2025. Desde 2014, o Sistema Único de Saúde (SUS) já distribuiu mais de 75 milhões de doses da vacina.
Em julho, foi sancionada a lei que cria a Política Nacional para Enfrentamento do HPV, estabelecendo medidas de saúde pública para prevenção, detecção e tratamento do vírus.