Azeites brasileiros se destacam em ranking internacional apesar de desafios

Azeites brasileiros se destacam em ranking internacional apesar de desafios

Empresa busca aumentar escala de produção com nova área de 70 hectares em Encruzilhada do Sul para atingir meta de 30 mil litros na próxima safra

O Brasil vem conquistando reconhecimento internacional na produção de azeites premium, com 11 marcas entre as 500 melhores do mundo no ranking Flos Olei de 2025. No entanto, a produção nacional ainda representa menos de 1% do consumo total do país, que é de aproximadamente 100 milhões de litros anuais.

Bob da Costa, fundador do Azeite Sabiá, compartilhou os desafios e perspectivas da olivicultura no Brasil, destacando as particularidades da produção em um país predominantemente tropical.

Requisitos para Produção de Qualidade

* A oliveira necessita de aproximadamente 300 horas com temperaturas abaixo de 12ºC para produzir azeitonas de qualidade, conforme explica Costa: “Para produzir azeitonas de qualidade, a oliveira precisa passar por um período de estresse térmico. Este período é fundamental para que a árvore adormeça, sinta-se ameaçada e reaja, produzindo a flor que se transformará em fruto”.

* O processo de colheita até a produção do azeite deve ser extremamente ágil. “A rapidez e agilidade no processamento são cruciais porque a azeitona, ao ser retirada do pé, inicia um processo de oxidação. Um desafio muito grande atualmente é ter uma agilidade muito grande entre a colheita e a extração. Atualmente, o tempo desde a árvore até o azeite pronto é de 1 hora e meia a 2 horas”, afirma o produtor.

As principais regiões produtoras no Brasil são o Rio Grande do Sul e a Serra da Mantiqueira, que abrange áreas de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. A escolha dessas localidades se deve às condições climáticas favoráveis, com temperaturas mais baixas e altitudes elevadas.

O Azeite Sabiá, que iniciou suas operações em Santo Antônio do Pinhal (SP) com 17 hectares, expandiu sua produção para Encruzilhada do Sul (RS) em 2018, onde possui uma área de 110 hectares. “Apesar da excelente qualidade do azeite produzido na Mantiqueira, um agrônomo me alertou que a olivicultura ali seria mais um “hobby”, por conta das condições climáticas, já que chove muito no momento do desenvolvimento da flor e da polinização”, explica Costa.

Para alcançar a meta de produção de 30 mil litros na próxima safra, a empresa está expandindo suas operações com uma área adicional de 70 hectares adjacente à fazenda atual no Rio Grande do Sul.

A produção nacional de azeite atingiu seu recorde em 2023, com 640 mil litros, segundo a Ibraoliva. Embora houvesse expectativa de alcançar 1 milhão de litros até 2026, as safras recentes foram prejudicadas por condições climáticas adversas tanto no Rio Grande do Sul quanto na Serra da Mantiqueira.

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