A União Europeia (UE) demonstra otimismo quanto à possibilidade de um acordo comercial com os Estados Unidos, mesmo tendo aprovado contramedidas significativas caso as negociações não avancem. A Comissão Europeia anunciou nesta quinta-feira que uma solução negociada está próxima, enquanto simultaneamente prepara medidas defensivas.
Os Estados-membros da União Europeia aprovaram por ampla maioria um pacote de contra-tarifas que pode atingir 93 bilhões de euros em produtos norte-americanos, unificando duas propostas anteriores. Esta decisão surge como resposta à ameaça do presidente Donald Trump de impor tarifas de 30% sobre produtos europeus a partir de 1º de agosto.
* O primeiro conjunto de medidas está programado para entrar em vigor em 7 de agosto, com exceção das tarifas sobre soja e amêndoas, que foram adiadas para 1º de dezembro
* O segundo pacote será implementado em duas fases distintas: uma parte em 7 de setembro e outra em 7 de fevereiro
* A UE tem se mostrado cautelosa até o momento, evitando implementar contramedidas mesmo diante dos anúncios de tarifas feitos por Trump
Fontes diplomáticas indicam que as negociações entre UE e EUA parecem estar progredindo em direção a um possível acordo comercial, que poderia resultar em uma tarifa geral de 15% sobre produtos europeus exportados para os Estados Unidos, similar ao acordo estabelecido com o Japão. No entanto, a decisão final ainda depende do presidente Trump.
Os detalhes específicos da proposta europeia para garantir o acordo ainda não estão claros. Diplomatas indicam que o bloco não busca promessas de investimento, como foi o caso do acordo com o Japão. Existe a possibilidade de a UE reduzir algumas de suas próprias tarifas, como a atual taxa de importação de 10% sobre automóveis.
O possível acordo em discussão prevê uma taxa de 15% aplicável a diversos setores, incluindo automóveis e produtos farmacêuticos. Alguns setores específicos, como aeronaves, madeira serrada, determinados medicamentos e produtos agrícolas, poderiam receber isenções tarifárias, conforme indicado por fontes diplomáticas.
A Comissão Europeia mantém sua posição de que o foco principal é alcançar uma solução negociada. Como afirmou um porta-voz da UE: “Nosso foco é encontrar um resultado negociado com os EUA… acreditamos que esse resultado está ao nosso alcance”.