O enviado especial dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Steve Witkoff, chegou nesta quinta-feira a Israel para tratar da guerra em Gaza, onde quase 22 meses de conflito e grave escassez de alimentos têm gerado crescente pressão internacional.
A situação em Gaza continua crítica, com dezenas de mortos diariamente por tiros e bombardeios israelenses, segundo fontes palestinas. No hospital Al Shifa, diversos corpos foram encontrados empilhados no necrotério, vítimas de um incidente envolvendo caminhões de ajuda humanitária.
Principais acontecimentos:
* O Exército israelense confirmou ter realizado “tiros de advertência” durante a distribuição de ajuda humanitária, embora tenha alegado desconhecimento sobre vítimas. Jameel Ashour, que perdeu um familiar no incidente, relatou que as tropas abriram fogo quando uma multidão correu em direção ao comboio de ajuda.
* O enviado de Trump reuniu-se com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu logo após sua chegada. Trump manifestou-se nas redes sociais, declarando que “a maneira mais rápida de pôr fim à crise humanitária em Gaza é que o Hamas SE RENDA E LIBERTE OS REFÉNS!!!”
* Witkoff tem participado de negociações indiretas entre Israel e Hamas para um acordo de cessar-fogo, mas as conversas fracassaram na semana passada quando Israel e Estados Unidos retiraram suas delegações de Doha.
Protestos e manifestações:
* Dezenas de mães e familiares de reféns protestaram em frente ao gabinete do primeiro-ministro israelense, exigindo um “acordo global” para a libertação dos 49 reféns ainda retidos em Gaza, dos quais 27 foram declarados mortos pelo Exército.
* Einav Zangauker, mãe do refém Matan Zangauker, declarou emocionada: “Meu ventre me faz sofrer há 604 dias. Desde 7 de outubro, minhas lágrimas têm um sabor amargo, cheio de dor e incerteza. Chega de guerra”.
O conflito, iniciado após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, resultou em 1.219 mortes do lado israelense e mais de 60.239 mortes em Gaza, segundo dados oficiais. O governo israelense anunciou uma pausa limitada nos combates para permitir a entrega de ajuda humanitária, mas a ONU considera as condições “longe de ser suficientes”.
Diante da situação, países como Canadá, França e Reino Unido anunciaram a intenção de reconhecer o Estado da Palestina, enquanto Israel denuncia uma “campanha internacional de pressão distorcida” que, segundo o país, “recompensa o Hamas e prejudica os esforços para conseguir um cessar-fogo em Gaza”.