A indústria cafeeira brasileira enfrenta um momento crítico após o presidente Donald Trump assinar um decreto que estabelece uma tarifa de 50% sobre diversos produtos brasileiros, incluindo o café. A medida, que entrará em vigor em 6 de agosto, surge em um momento em que os produtores já lidam com forte oscilação nos preços do grão.
O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) expressou preocupação com o impacto da medida, considerando que o Brasil é o principal fornecedor de café para os EUA, detendo 33% do mercado. Marcos Matos, diretor-geral do Cecafé, afirmou: “O Brasil vai seguir exportando. O Brasil é insubstituível, da mesma forma que os Estados Unidos também são insubstituíveis. O esforço agora é criar um ambiente para iniciar a negociação”. As informações são do G1.
* Na Fazenda São Domingos, em Três Pontas (MG), o produtor Rodrigo Vilela Rezende enfrenta dificuldades para aproveitar as melhores oportunidades do mercado. Com 38 hectares de café plantados, ele testemunhou a saca atingir R$ 2.769 em fevereiro, mas só iniciou a colheita quando o preço havia caído para R$ 1.795.
* A produção da fazenda em 2024 deve ser menor que no ano anterior, com uma expectativa de 500 sacas contra 700 do ano passado. Parte da produção já está comprometida: 60 sacas em troca de insumos com a cooperativa e 20 sacas fixadas a R$ 1.400.
Ricardo Schneider, presidente do Centro do Comércio de Café de Minas Gerais, indica que uma nova alta expressiva nos preços é improvável no curto prazo, descrevendo o momento atual como uma “queda de braço entre quem vende e quem compra”.