O vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões (Novo), expressou críticas contundentes à gestão do governo federal em relação às tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos. Durante agenda em Montes Claros, norte de Minas, ele destacou preocupações sobre os impactos econômicos dessas medidas na região.
Simões enfatizou que a região norte-mineira será severamente afetada com a implementação das novas tarifas a partir de 1º de agosto, especialmente nos setores de frutas e café. “Às vezes a gente chega aqui no Norte e fala, o que a tarifa do Trump tem a ver com o Norte de Minas? Nós somos fornecedores de fruta. E todas as frutas serão gravemente impactadas pelo Tarifaço”, afirmou.
O vice-governador ressaltou a importância do mercado americano para a economia local: “Nós somos importantes produtores de café aqui no Norte. Toda venda de café será impactada. Os Estados Unidos é o nosso segundo maior comprador de frutas e o nosso maior comprador de café”.
Em suas declarações, Mateus Simões criticou especificamente a condução da política externa do governo Lula (PT). “Infelizmente, a política internacional compete só à Presidência da República, não tem nada que a gente possa fazer para mudar a ideia do Trump ou a forma atabalhoada como o governo do Brasil está tratando a questão da negociação internacional”, disse.
O vice-governador defendeu uma abordagem mais diplomática e menos focada em redes sociais. “A gente pode lamentar, dar os dados para o governo federal e mostrar o que eles têm de negociar porque nós dependemos em grande parte das nossas exportações dos Estados Unidos. Não adianta ficar fazendo Twitter reclamando do presidente americano”.
Simões também fez um apelo direto ao presidente Lula: “Deixa o povo do Itamaraty trabalhar. Pare de dar opinião sobre política americana. Toma conta do Brasil, que está uma bagunça sob o governo dele”.
Como medida proativa, o governo mineiro já iniciou diálogos com produtores locais buscando alternativas de mercado. “O que o governo de Minas tem feito é trabalhar com cada um dos setores atingidos diretamente para desenvolver mercados alternativos nesse momento de desespero que vai se iniciar a partir de 1º de agosto com a praticamente paralisação das exportações para os Estados Unidos”, explicou.
Em contrapartida, durante visita a Minas Novas, no Vale do Jequitinhonha, o presidente Lula adotou uma postura mais confrontativa, usando uma metáfora do jogo de truco para responder às ameaças de Trump: “Ele nos deu até o dia 1º. Se não dermos uma resposta, vai taxar nosso comércio em 50%. Contar uma coisa para vocês, não sou mineiro, mas eu sou bom de truco, se ele estiver trucando, vai tomar um seis”.